Eduardo J. M. Camilo & Outros (Edits.) – Partilhar Saberes/Saberes Para Compartir Vol. III

O avanço do saber corre paralelamente ao da reflexão. Disto bem sabiam os gregos e a transmissão do seu saber ao longo do tempo tem-se vindo a perverter até hoje, quando, com muito receio nosso, se utilizam mais as ‘matemáticas’ (do menor denominador comum) que a argumentação reflexiva.

Porque – eis um facto – a base de toda a ciência está na formulação teórica de seu conhecimento, que pode ser mais ou menos abstrato, mas que exige um processo de narrativização como forma de comunicação, para conseguir vislumbrar, à luz de uma aplicação prática, a sua verdade. Todo este palavreado é para, em suma, sustentar que o saber pode acumular factos e números, mas que estes nada são, se não forem comunicados, previamente experimentados, para assim poderem ser considerados como factos comprovados.
Dito isto, até pode parecer que nos colocamos à frente (‘em frente’) da ciência. Nada poderia estar mais longe da verdade. Onde nós estamos – eis outro facto – é perante os usos humilhantes e de afronta à ciência, os que conduzem a esse menor denominador comum que já referimos. Porque a construção do conhecimento não pode ser uma sucessão de números ou uma acumulação de estatísticas; porque essa frieza dos dados empíricos conduz à demissão do sujeito, e o sujeito é, e deve ser, uma parte integrante do próprio conhecimento. E – vade retro, infiéis! – o sujeito produz subjectividade.
Optamos, portanto, por uma nova opção, mais radical: não a de mera partilha de conhecimentos dispersos, mas a de enfoque das mais variadas contribuições para a resposta a uma questão concreta. Tendo em conta os tempos, esta opção só poderá incidir no trabalho teórico referentes aos mais variados discursos do audiovisual que têm vindo a surgir no âmbito do que designamos por novas tecnologias e que já não são tanto assim. O desafio: aplicar os conceitos e os métodos analíticos, que têm vindo a dar excelentes resultados na análise do texto fílmico, a microrelatos, novos formatos, etc., para verificar a sua viabilidade ou, sempre que for necessário, para os adaptar e, se for o caso, para os substituir e, até, invalidar por outros.
O livro que o leitor tem nas mãos (ou no ecrã da ‘tablet’ ou do computador) não progride de forma cronológica, mas rizomática. O seu sumário assinala claramente os temas abordados: da publicidade à televisão, do videoclip ao trailer, da curta-metragem às sequências-paradigma, da análise quantitativa aos genéricos dos filmes, da animação aos videojogos, e destes ao documentário na rede, às tablets e à realidade aumentada ou aos jogos móveis. São estes todos discursos plenos, mas mínimos, ou discursos incompletos, mas essenciais.

Vol. II

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O avanço do saber corre paralelamente ao da reflexão. Disto bem sabiam os gregos e a transmissão do seu saber ao longo do tempo tem-se vindo a perverter até hoje, quando, com muito receio nosso, se utilizam mais as ‘matemáticas’ (do menor denominador comum) que a argumentação reflexiva. Porque – eis um facto – a base de toda a ciência está na formulação teórica de seu conhecimento, que pode ser mais ou menos abstrato, mas que exige um processo de narrativização como forma de comunicação, para conseguir vislumbrar, à luz de uma aplicação prática, a sua verdade. Todo este palavreado é para, em suma, sustentar que o saber pode acumular factos e números, mas que estes nada são, se não forem comunicados, previamente experimentados, para assim poderem ser considerados como factos comprovados.
Dito isto, até pode parecer que nos colocamos à frente (‘em frente’) da ciência. Nada poderia estar mais longe da verdade. Onde nós estamos – eis outro facto – é perante os usos humilhantes e de afronta à ciência, os que conduzem a esse menor denominador comum que já referimos. Porque a construção do conhecimento não pode ser uma sucessão de números ou uma acumulação de estatísticas; porque essa frieza dos dados empíricos conduz à demissão do sujeito, e o sujeito é, e deve ser, uma parte integrante do próprio conhecimento. E – vade retro, infiéis! – o sujeito produz subjectividade.
Optamos, portanto, por uma nova opção, mais radical: não a de mera partilha de conhecimentos dispersos, mas a de enfoque das mais variadas contribuições para a resposta a uma questão concreta. Tendo em conta os tempos, esta opção só poderá incidir no trabalho teórico referentes aos mais variados discursos do audiovisual que têm vindo a surgir no âmbito do que designamos por novas tecnologias e que já não são tanto assim. O desafio: aplicar os conceitos e os métodos analíticos, que têm vindo a dar excelentes resultados na análise do texto fílmico, a microrelatos, novos formatos, etc., para verificar a sua viabilidade ou, sempre que for necessário, para os adaptar e, se for o caso, para os substituir e, até, invalidar por outros.
O livro que o leitor tem nas mãos (ou no ecrã da ‘tablet’ ou do computador) não progride de forma cronológica, mas rizomática. O seu sumário assinala claramente os temas abordados: da publicidade à televisão, do videoclip ao trailer, da curta-metragem às sequências-paradigma, da análise quantitativa aos genéricos dos filmes, da animação aos videojogos, e destes ao documentário na rede, às tablets e à realidade aumentada ou aos jogos móveis. São estes todos discursos plenos, mas mínimos, ou discursos incompletos, mas essenciais.

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