Esta investigação levou-me a procurar esclarecer o que se entende por verdade discursiva, por liberdade de imprensa, por discurso de influência e por opinião pública, enquadrando essas respostas no contexto da realidade social portuguesa.
Alguns dos capítulos que constituem este trabalho resultam de textos que apresentei em congressos ou em conferências, sendo que um conjunto de entre eles já foi publicado em actas ou em revistas, encontrando-se estes identificados.
Reunidos aqui, neste trabalho, quer os textos seleccionados quer os que foram produzidos especificamente para este tema revelam uma linha contínua e comum de investigação, já em todos eles procurei responder às seguintes questões: como se pode entender a capacidade de produção da realidade por parte do acto de comunicação? Ou, como se pode entender a produção de determinados reacções no indivíduo que está sob influência de determinados juízos/representações sobre a realidade política?
Se por poder de algo ou de alguém se entende uma capacidade de produzir efeitos com sua acção, então há que interrogar-nos sobre os efeitos desse poder que é o da acção comunicacional, e procurar descrever o tipo de efeitos que ela provoca. Foi com esse objectivo que investiguei o modo como as declarações de princípio dos Direitos Humanos se foram divulgando e ganhando um ascendente na orientação da política mundial. A forma como se fundamenta a sua legitimidade exigiria um trabalho mais aprofundado do conteúdo de cada parágrafo que constitui as declarações, com o intuito de destacar os argumentos e as ideias utilizadas, identificando o que seria culturalmente contextualizado à época e aquilo que poderia de certa forma constituir um princípio transhistórico. Fiquei pela ideia de discurso em geral e procurei legitimar uma certa forma de o relacionar com a acção, no sentido de por essa via não só ser possível, como previsível, a criação de uma determinada realidade política. Ainda que possamos sempre pensar na tese dos efeitos não previsíveis que, pelo lado das catástrofes, ou pelo lado das grandes realizações civilizacionais, muitas vezes não se fazem esperar e surgem para gerar controvérsia e baralhar os lugares comuns. Digamos que laboramos com uma matéria, a reflexão sobre a ligação entre a produção de uma realidade política e o discurso, que se explica melhor a partir de um enquadramento dos acontecimentos passados, pois como capacidade de prever o futuro apresenta grandes debilidades.
Direitos Do Homem, Imprensa E Poder
- Ciências Sociais, Comunicação, Direito
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