Diplomacia Pública E Imagem Do Brasil No Século XXI

Este trabalho é da mais alta relevância no contexto atual da diplomacia no Brasil e no mundo, porque raramente no passado a atividade sofreu tão sérios riscos como agora.


Em nosso país, depois de 16 anos de progressos com a utilização profícua da diplomacia presidencial por parte de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, o país amargou anos de desprestígio quase absoluto a que o Itamaraty foi relegado na administração de Dilma Rousseff, e ainda sofre as consequências do desastroso estado econômico a que foi relegado.
No mundo, a surpreendente vitória de Donald Trump na eleição americana de 2016 e seu comportamento errático nos primeiros meses no poder, mas com um constante desprezo explícito pelo Departamento de Estado, que por sinal é reciprocado pela maioria de seus funcionários, deixa os americanos e os cidadãos de quase todos os outros países com fundados receios de que os caminhos da negociação diplomática poderão ser substituídos pelo da força bruta na resolução de graves impasses da geopolítica internacional.
O texto de Carlos Luís Duarte Villanova, originalmente uma tese para o Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco, tem todos os méritos de um bom produto acadêmico. Seu tema principal é a diplomacia pública. Ele faz uma boa revisão da literatura disponível sobre o assunto com referências aos principais teóricos que trataram do tema.
Não é detalhista, mas é bom que não o tenha sido porque, tanto para o seu objetivo inicial no CAE quanto agora, quando se dirige a um público mais amplo na forma de livro, esta obra não deveria ser simplesmente teórica para poder ser mais útil, como de fato o é.
Mas talvez pudesse ter sido dado um pouco mais de espaço às condições em que Edmund A. Gullion refundou o conceito de diplomacia pública em 1965 para aproximá-la do jornalismo em detrimento das relações públicas. Esse movimento foi, a meu ver, fundamental para dar credibilidade ao conceito de diplomacia pública.
As diferenças entre jornalismo e relações públicas são evidentes e as consequências da opção por uma dessas atividades pela diplomacia também são claras. O jornalismo busca a verdade por meio de apuração tecnicamente embasada de fatos comprováveis, privilegia a diversidade de enfoques e opiniões. As relações públicas se aproximam muito da propaganda, em que só uma visão, sem compromisso necessário com a realidade, é divulgada de forma em geral enviesada.

 

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No mundo, a surpreendente vitória de Donald Trump na eleição americana de 2016 e seu comportamento errático nos primeiros meses no poder, mas com um constante desprezo explícito pelo Departamento de Estado, que por sinal é reciprocado pela maioria de seus funcionários, deixa os americanos e os cidadãos de quase todos os outros países com fundados receios de que os caminhos da negociação diplomática poderão ser substituídos pelo da força bruta na resolução de graves impasses da geopolítica internacional.
O texto de Carlos Luís Duarte Villanova, originalmente uma tese para o Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco, tem todos os méritos de um bom produto acadêmico. Seu tema principal é a diplomacia pública. Ele faz uma boa revisão da literatura disponível sobre o assunto com referências aos principais teóricos que trataram do tema.
Não é detalhista, mas é bom que não o tenha sido porque, tanto para o seu objetivo inicial no CAE quanto agora, quando se dirige a um público mais amplo na forma de livro, esta obra não deveria ser simplesmente teórica para poder ser mais útil, como de fato o é.
Mas talvez pudesse ter sido dado um pouco mais de espaço às condições em que Edmund A. Gullion refundou o conceito de diplomacia pública em 1965 para aproximá-la do jornalismo em detrimento das relações públicas. Esse movimento foi, a meu ver, fundamental para dar credibilidade ao conceito de diplomacia pública.
As diferenças entre jornalismo e relações públicas são evidentes e as consequências da opção por uma dessas atividades pela diplomacia também são claras. O jornalismo busca a verdade por meio de apuração tecnicamente embasada de fatos comprováveis, privilegia a diversidade de enfoques e opiniões. As relações públicas se aproximam muito da propaganda, em que só uma visão, sem compromisso necessário com a realidade, é divulgada de forma em geral enviesada.

 

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