Filosofia Política Moderna: De Hobbes A Marx

Este livro nos propõe recorrer as principais referências teóricas da filosofia política moderna. Converteu-se em lugar comum afirmar que esta distingue-se da filosofia política clássica porque na primeira a reflexão sobre a vida política realiza-se à margem de todo tipo de consideração ética ou moral.


Se nos tempos antigos a pergunta sobre a política ia indissoluvelmente ligada a uma exploração de caráter moral, o que ocorre com o advento da modernidade é que dita amálgama descompõe-se e a análise política torna-se totalmente independente do juízo ético. Esta visão convencional, que encontramos repetida em numerosos textos e tratados introdutórios à teoria política, é perigosamente simplificadora e, por isso mesmo equivocada.
O que efetivamente aconteceu com a filosofia política moderna é que as preocupações éticas do período clássico passaram para um segundo plano, mas não desapareceram. Produziu-se, então, uma rearticulação entre a reflexão centrada no “ser” e aquela encaminhada a desentranhar o “dever ser”, mas de nenhuma maneira isso se traduziu em um divórcio entre ambas preocupações, ao menos se consideramos as principais cabeças na história da filosofia política moderna.
Divórcio que, como o prova a falida tentativa de Max Weber de elaborar uma ciência social “livre de valores” no começo do século XX, está irremediavelmente condenado ao fracasso independentemente do calibre intelectual de seus proponentes.
De fato: como entender Hobbes sem sublinhar o papel central que em sua teorização desempenha a obsessiva busca de uma ordem que ponha fim ao perigo da morte violenta? Como dar conta da obra de Locke, Rousseau ou Spinoza à margem de suas preocupações sobre a boa sociedade? Como compreender Marx sem reparar no papel que em sua construção teórica joga o horizonte utópico da sociedade comunista?
Esta suposta disjunção entre uma reflexão centrada no “ser” e no “dever ser” da política, verdadeiro grito de guerra da ciência política positivista, tem impreteríveis implicações conservadoras que devem ser rechaçadas com total intransigência. Em outro texto desta mesma coleção também organizado por nós, Teoria e filosofia política.
A tradição clássica e as novas fronteiras, tentamos apontar alguns elementos críticos do saber convencional e explorar algumas vias que nos permitiriam recuperar e recriar o valioso legado analítico e axiológico da teoria política à luz dos novos desafios que nos propõe a época atual.

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Este livro nos propõe recorrer as principais referências teóricas da filosofia política moderna. Converteu-se em lugar comum afirmar que esta distingue-se da filosofia política clássica porque na primeira a reflexão sobre a vida política realiza-se à margem de todo tipo de consideração ética ou moral.
Se nos tempos antigos a pergunta sobre a política ia indissoluvelmente ligada a uma exploração de caráter moral, o que ocorre com o advento da modernidade é que dita amálgama descompõe-se e a análise política torna-se totalmente independente do juízo ético. Esta visão convencional, que encontramos repetida em numerosos textos e tratados introdutórios à teoria política, é perigosamente simplificadora e, por isso mesmo equivocada.
O que efetivamente aconteceu com a filosofia política moderna é que as preocupações éticas do período clássico passaram para um segundo plano, mas não desapareceram. Produziu-se, então, uma rearticulação entre a reflexão centrada no “ser” e aquela encaminhada a desentranhar o “dever ser”, mas de nenhuma maneira isso se traduziu em um divórcio entre ambas preocupações, ao menos se consideramos as principais cabeças na história da filosofia política moderna.
Divórcio que, como o prova a falida tentativa de Max Weber de elaborar uma ciência social “livre de valores” no começo do século XX, está irremediavelmente condenado ao fracasso independentemente do calibre intelectual de seus proponentes.
De fato: como entender Hobbes sem sublinhar o papel central que em sua teorização desempenha a obsessiva busca de uma ordem que ponha fim ao perigo da morte violenta? Como dar conta da obra de Locke, Rousseau ou Spinoza à margem de suas preocupações sobre a boa sociedade? Como compreender Marx sem reparar no papel que em sua construção teórica joga o horizonte utópico da sociedade comunista?
Esta suposta disjunção entre uma reflexão centrada no “ser” e no “dever ser” da política, verdadeiro grito de guerra da ciência política positivista, tem impreteríveis implicações conservadoras que devem ser rechaçadas com total intransigência. Em outro texto desta mesma coleção também organizado por nós, Teoria e filosofia política.
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