Os Industriais Da Seca E Os “Galileus” De Pernambuco

A expressão “Indústria da Seca” foi usada pela primeira vez por Antônio Callado (1917-1997), quando escreveu Os Industriais Da Seca E Os "Galileus" De Pernambunco (1960), para se referir ao “mito da seca”, usado como desculpa à miséria que afeta milhões de brasileiros vivendo entre o nordeste do Brasil e a região norte de Minas Gerais.

De toda forma, diz respeito às dimensões socioeconômicas e políticas que estão na gênese de problemas como fome, desnutrição, coronelismo, corrupção bem como do êxodo rural de milhões de pessoas por ano.

Por conseguinte, nesta região, conhecida como “Polígono das Secas”, o problema da falta de chuvas é conhecido e documentado desde o século XVI. Na realidade, a seca nordestina é um fenômeno natural e sazonal, que ocorre quando há atraso nas chuvas ou quando as mesmas caem de modo irregular.

A Indústria da Seca é movida por um ciclo vicioso que remonta ao período colonial e à primeira república, quando era comum o favorecimento das elites pelas ações governamentais, sobretudo nas compensações eleitoreiras.

Contudo, nesta região, a peculiaridade recai sobre o fato de a água ser uma forte moeda de troca, muito mais valiosa do que qualquer outra. Com efeito, os políticos interessados aproveitam francamente da tragédia da seca na região nordeste e se beneficiam a olhos vistos.

Ora, sabemos que esta é mais uma forma de manter o voto de cabresto para comprar votos, reforçando um regime de clientelismo conhecido como coronelismo. De fato, estas elites locais manipulam a distribuição das verbas concedidas pelos fundos de combate às secas, remanejando as pessoas e propriedades de seus interesses, geralmente onde possuem redutos eleitorais, afilhados e parentes.

Como exemplo de ingerência de recursos públicos e denúncias de corrupção, está o “Programa Água pra Todos”, acusado de desvios e desperdícios de verbas.

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A expressão “Indústria da Seca” foi usada pela primeira vez por Antônio Callado (1917-1997), quando escreveu Os Industriais Da Seca E Os “Galileus” De Pernambunco (1960), para se referir ao “mito da seca”, usado como desculpa à miséria que afeta milhões de brasileiros vivendo entre o nordeste do Brasil e a região norte de Minas Gerais.

De toda forma, diz respeito às dimensões socioeconômicas e políticas que estão na gênese de problemas como fome, desnutrição, coronelismo, corrupção bem como do êxodo rural de milhões de pessoas por ano.

Por conseguinte, nesta região, conhecida como “Polígono das Secas”, o problema da falta de chuvas é conhecido e documentado desde o século XVI. Na realidade, a seca nordestina é um fenômeno natural e sazonal, que ocorre quando há atraso nas chuvas ou quando as mesmas caem de modo irregular.

A Indústria da Seca é movida por um ciclo vicioso que remonta ao período colonial e à primeira república, quando era comum o favorecimento das elites pelas ações governamentais, sobretudo nas compensações eleitoreiras.

Contudo, nesta região, a peculiaridade recai sobre o fato de a água ser uma forte moeda de troca, muito mais valiosa do que qualquer outra. Com efeito, os políticos interessados aproveitam francamente da tragédia da seca na região nordeste e se beneficiam a olhos vistos.

Ora, sabemos que esta é mais uma forma de manter o voto de cabresto para comprar votos, reforçando um regime de clientelismo conhecido como coronelismo. De fato, estas elites locais manipulam a distribuição das verbas concedidas pelos fundos de combate às secas, remanejando as pessoas e propriedades de seus interesses, geralmente onde possuem redutos eleitorais, afilhados e parentes.

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