Especificidades Da Ética Da Psicanálise

o campo da ética e sua aplicação, chamada moral, há muito ocupa o homem. Por longo tempo, este campo, foi confundido com a religião. Atribuía-se, então as categorias do bem e do mal a entidades metafísicas, ou sobrenaturais.

Embora, de certa forma, tal versão persista em nossos dias, com a progressiva laicização da cultura e da sociedade, os valores éticos migraram das divindades, para o homem. Hoje, não é mais perante Deus que o homem, tem que prestar contas dos valores morais, mas perante seus próprios semelhantes. Pascal falava do “silêncio dos espaços infinitos”, e é do homem que vem a voz.
A ética procura avaliar os atos, os comportamentos. No entanto em face da questão muitas vezes colocada, de que “os meios justificam os fins”, como medir o valor dos atos e suas consequências práticas? Seria pela coerência com um corpo de regras mais abrangentes, como a chamada deontologia? Como se coloca a ética ante a epistemologia, a ciência, e a produção de conhecimentos?
Haveria algum possível paralelismo entre o certo e o errado, o bem e o mal da ética com o verdadeiro e falso da ciência? Seria a ética um conhecimento, ou um conjunto de normas e regras que balizam a conduta humana, transcendendo qualquer lógica?
Na experiência psicanalítica, a noção do bem e sua finalidade na clínica é assunto delicado e muitas vezes paradoxal. A cada instante, o psicanalista tem que saber qual é sua relação efetiva com o desejo de fazer o bem, com o desejo de curar. “Poder-se-ia de maneira paradoxal, ou até mesmo decisiva, designar nosso desejo como um não-desejo de curar. Essa expressão tem o sentido de alertar aos psicanalistas, contra as vias vulgares do bem, tal como elas se oferecem a nós, contra a falcatrua de querer o bem-do-sujeito”.
De que um psicanalista deseja curar o sujeito? Seria curá-lo das ilusões que o retém na via de seu desejo, curá-lo de suas alienações?
Mas até onde deve e pode ir neste sentido uma psicanálise? Qual seu limite ético, se considerarmos que, das ilusões do sujeito, ainda que por vezes não comportem nada de respeitável, de grandioso, é preciso que este as queira abandoná-las? Então, qual a função ética do bem em psicanálise e qual seria seu bem maior?
A psicanálise trouxe contribuições e uma nova perspectiva para se pensar a Ética tornando o problema mais complexo.

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o campo da ética e sua aplicação, chamada moral, há muito ocupa o homem. Por longo tempo, este campo, foi confundido com a religião. Atribuía-se, então as categorias do bem e do mal a entidades metafísicas, ou sobrenaturais. Embora, de certa forma, tal versão persista em nossos dias, com a progressiva laicização da cultura e da sociedade, os valores éticos migraram das divindades, para o homem. Hoje, não é mais perante Deus que o homem, tem que prestar contas dos valores morais, mas perante seus próprios semelhantes. Pascal falava do “silêncio dos espaços infinitos”, e é do homem que vem a voz.
A ética procura avaliar os atos, os comportamentos. No entanto em face da questão muitas vezes colocada, de que “os meios justificam os fins”, como medir o valor dos atos e suas consequências práticas? Seria pela coerência com um corpo de regras mais abrangentes, como a chamada deontologia? Como se coloca a ética ante a epistemologia, a ciência, e a produção de conhecimentos?
Haveria algum possível paralelismo entre o certo e o errado, o bem e o mal da ética com o verdadeiro e falso da ciência? Seria a ética um conhecimento, ou um conjunto de normas e regras que balizam a conduta humana, transcendendo qualquer lógica?
Na experiência psicanalítica, a noção do bem e sua finalidade na clínica é assunto delicado e muitas vezes paradoxal. A cada instante, o psicanalista tem que saber qual é sua relação efetiva com o desejo de fazer o bem, com o desejo de curar. “Poder-se-ia de maneira paradoxal, ou até mesmo decisiva, designar nosso desejo como um não-desejo de curar. Essa expressão tem o sentido de alertar aos psicanalistas, contra as vias vulgares do bem, tal como elas se oferecem a nós, contra a falcatrua de querer o bem-do-sujeito”.
De que um psicanalista deseja curar o sujeito? Seria curá-lo das ilusões que o retém na via de seu desejo, curá-lo de suas alienações?
Mas até onde deve e pode ir neste sentido uma psicanálise? Qual seu limite ético, se considerarmos que, das ilusões do sujeito, ainda que por vezes não comportem nada de respeitável, de grandioso, é preciso que este as queira abandoná-las? Então, qual a função ética do bem em psicanálise e qual seria seu bem maior?
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