Minimalismo E Pós-Minimalismo

Há artistas a quem a história fica a dever a paternidade de um movimento ou de um estilo, e há outros a quem a dívida será por certo ainda maior pelo facto de terem preparado o terreno para as artes posteriores a custo da demolição das ideologias e das técnicas de toda uma época.


A estes é-lhes acrescida a tarefa de detonar uma crise, de dedicar a sua obra à evidenciação dos limites dos paradigmas anteriores, à programação de uma insatisfação, ao transparecimento do que antes fora ocultado com o objectivo de criar estruturas fortes e todo um império de sentidos pré-concebidos. A sua força residirá no trabalho sobre os escombros deixados por toda a tradição anterior, sobre, no final de contas, as fraquezas dos modelos preponderantes que arrastaram consigo toda a experiência da construção e da recepção. Mais do que artistas da transição, são artistas da desconstrução. Robert Morris é um deles.
A sua vasta obra que emerge no final dos anos cinquenta- e que continua a cruzar os nossos dias- tomou, particularmente na década de sessenta e setenta, a tarefa de executar a crise do modernismo estético que havia com o minimalismo alcançado a sua total consumação formalista.
Morris é normalmente associado pela crítica a artistas reconhecidos como minimalistas, tais como Carl Andre, Sol LeWitt, Donald Judd e Dan Flavin, no entanto a sua relação com o minimalismo foi suficientemente sui generis para se poder realmente afirmar que Morris foi um minimalista. Seria no entanto de maior rigor e importância afirmar que Morris situou-se no minimalismo já com o intuito de contestar as suas teses, ou se quisermos, entrou no minimalismo já com o “bilhete de saída”. Daì não ser de todo incorrecto ponderarmos a particularidade de um minimalismo morrisiano na primeira fase da sua carreira, pois para além da manutenção de algumas constantes do minimalismo tais como as formas geométricas, as superfícies planas e de cor neutra, a simplicidade e a literalidade- nas quais se prevê o inveterado desejo de anti-ilusionismo-, Morris consegue dessublimar a última e a mais resistente categoria do modernismo e o sustento principal do minimalismo: a forma.

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Há artistas a quem a história fica a dever a paternidade de um movimento ou de um estilo, e há outros a quem a dívida será por certo ainda maior pelo facto de terem preparado o terreno para as artes posteriores a custo da demolição das ideologias e das técnicas de toda uma época.
A estes é-lhes acrescida a tarefa de detonar uma crise, de dedicar a sua obra à evidenciação dos limites dos paradigmas anteriores, à programação de uma insatisfação, ao transparecimento do que antes fora ocultado com o objectivo de criar estruturas fortes e todo um império de sentidos pré-concebidos. A sua força residirá no trabalho sobre os escombros deixados por toda a tradição anterior, sobre, no final de contas, as fraquezas dos modelos preponderantes que arrastaram consigo toda a experiência da construção e da recepção. Mais do que artistas da transição, são artistas da desconstrução. Robert Morris é um deles.
A sua vasta obra que emerge no final dos anos cinquenta- e que continua a cruzar os nossos dias- tomou, particularmente na década de sessenta e setenta, a tarefa de executar a crise do modernismo estético que havia com o minimalismo alcançado a sua total consumação formalista.
Morris é normalmente associado pela crítica a artistas reconhecidos como minimalistas, tais como Carl Andre, Sol LeWitt, Donald Judd e Dan Flavin, no entanto a sua relação com o minimalismo foi suficientemente sui generis para se poder realmente afirmar que Morris foi um minimalista. Seria no entanto de maior rigor e importância afirmar que Morris situou-se no minimalismo já com o intuito de contestar as suas teses, ou se quisermos, entrou no minimalismo já com o “bilhete de saída”. Daì não ser de todo incorrecto ponderarmos a particularidade de um minimalismo morrisiano na primeira fase da sua carreira, pois para além da manutenção de algumas constantes do minimalismo tais como as formas geométricas, as superfícies planas e de cor neutra, a simplicidade e a literalidade- nas quais se prevê o inveterado desejo de anti-ilusionismo-, Morris consegue dessublimar a última e a mais resistente categoria do modernismo e o sustento principal do minimalismo: a forma.

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