Foucault: Leituras Acontecimentais

Procurou-se, neste livro, salientar o plano das continuidades na obra de Foucault. A divisão das seções segue, pois, uma ordem temática. Em primeiro lugar, aprofunda-se a dupla tese segundo a qual Foucault

, por mais que tenha reagido fortemente em algumas entrevistas contra a magnitude do estruturalismo parisiense do final dos anos 1960, negando então sua pertença tão afirmada em outros momentos, por outro lado nunca renegou a arqueologia. Em seguida, afirma-se que a arqueologia é, de fato, um aprimoramento do método de análise estrutural, o que deve evidentemente complexificar as afirmações feitas por Foucault contra esta “corrente” nas mesmas entrevistas, além de atualizar o conhecimento de uma nova geração de leitores referente a esta abordagem de pensamento hoje desprovida de nome na maioria dos programas de filosofia no Brasil. Meu escrito, intitulado “Foucault: arqueólogo estrutural”, intenciona problematizar algumas das teses que se tornaram o graal de compreensão da obra foucaultiana. O que o autor de L’Ordre du discours proporcionou fora uma filosofia do acontecimento; e seu método de trabalho inovou a análise estrutural para que esta se tornasse a abordagem mais profícua pela qual captar processos de constituição subjetiva. Ou a arqueologia é estruturalista, ou não é nada. Prosseguindo por esta visada, ainda na primeira parte do livro, o Prof. Dr. Ricardo Viscardi, da Universidad de la República de Montevidéu (UdelaR), Uruguai, também contesta a velha chave tripartite de leitura da obra do filósofo. Como ele demonstra, a crítica do “lugar do Rei”, presente na abertura de Les Mots et les choses, já organizava uma crítica do poder mesmo que ainda assentada ontra a figura do “sujeito soberano”, o que deve então finalizar a discussão sobre como incluir o questionamento das instituições presente desde Histoire de la folie à l’âge classique na analítica do poder. Viscardi infere disso, portanto, que não se fazia imprescindível mudar da arqueologia para a genealogia apenas para desarticular o mito humanista do poder. O que a genealogia acima de tudo traz é uma compreensão aprofundada da tese da descontinuidade ao encontrar novo conjunto de problemas – poder, governamentalidade, governo e cuidado de si – pelo qual lhe conferir uma densidade conceitual e categorial.

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Procurou-se, neste livro, salientar o plano das continuidades na obra de Foucault. A divisão das seções segue, pois, uma ordem temática. Em primeiro lugar, aprofunda-se a dupla tese segundo a qual Foucault, por mais que tenha reagido fortemente em algumas entrevistas contra a magnitude do estruturalismo parisiense do final dos anos 1960, negando então sua pertença tão afirmada em outros momentos, por outro lado nunca renegou a arqueologia. Em seguida, afirma-se que a arqueologia é, de fato, um aprimoramento do método de análise estrutural, o que deve evidentemente complexificar as afirmações feitas por Foucault contra esta “corrente” nas mesmas entrevistas, além de atualizar o conhecimento de uma nova geração de leitores referente a esta abordagem de pensamento hoje desprovida de nome na maioria dos programas de filosofia no Brasil. Meu escrito, intitulado “Foucault: arqueólogo estrutural”, intenciona problematizar algumas das teses que se tornaram o graal de compreensão da obra foucaultiana. O que o autor de L’Ordre du discours proporcionou fora uma filosofia do acontecimento; e seu método de trabalho inovou a análise estrutural para que esta se tornasse a abordagem mais profícua pela qual captar processos de constituição subjetiva. Ou a arqueologia é estruturalista, ou não é nada. Prosseguindo por esta visada, ainda na primeira parte do livro, o Prof. Dr. Ricardo Viscardi, da Universidad de la República de Montevidéu (UdelaR), Uruguai, também contesta a velha chave tripartite de leitura da obra do filósofo. Como ele demonstra, a crítica do “lugar do Rei”, presente na abertura de Les Mots et les choses, já organizava uma crítica do poder mesmo que ainda assentada ontra a figura do “sujeito soberano”, o que deve então finalizar a discussão sobre como incluir o questionamento das instituições presente desde Histoire de la folie à l’âge classique na analítica do poder. Viscardi infere disso, portanto, que não se fazia imprescindível mudar da arqueologia para a genealogia apenas para desarticular o mito humanista do poder. O que a genealogia acima de tudo traz é uma compreensão aprofundada da tese da descontinuidade ao encontrar novo conjunto de problemas – poder, governamentalidade, governo e cuidado de si – pelo qual lhe conferir uma densidade conceitual e categorial.

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