Os Limites Do Capital

Todos que estudam Marx, diz-se, se sentem impelidos a escrever um livro sobre a experiência. Ofereço este trabalho como uma prova parcial de uma proposição desse tipo. Mas tenho uma desculpa adicional.

Depois de concluir Justiça social e a cidade (há quase uma década), determinei-me a melhorar a tentativa – o que notei mais tarde ter sido um erro – e as formulações a esse respeito e escrever uma declaração definitiva sobre o processo urbano no capitalismo a partir de uma perspectiva marxista. Quanto mais profundamente ia me envolvendo no projeto, mais tomava consciência de que alguns dos aspectos mais básicos da teoria marxiana à qual eu buscava apelar permaneciam bastante inexplorados e, em alguns casos, quase desprovidos de consideração. Então, comecei a escrever a teoria da urbanização, para integrá-la com estudos históricos detalhados do processo urbano extraídos da Grã-Bretanha, da França e dos Estados Unidos e, enquanto isso, casualmente encher algumas “caixas vazias” na teoria marxiana. O projeto logo se tornou totalmente pesado. Neste livro, longo como ele é, trato apenas das “caixas vazias” na teoria. Deixe-me explicar como isso aconteceu.
Em Marx, é ao mesmo tempo uma virtude e uma dificuldade que tudo se relacione a todo o resto. É impossível trabalhar em uma “caixa vazia” sem simultaneamente trabalhar em todos os outros aspectos da teoria. Os fragmentos e trechos que eu precisava entender – como a circulação do capital em áreas construídas, o papel do crédito e dos mecanismos (como a renda) que medeia a produção das configurações espaciais – não podiam ser entendidos sem uma atenção cuidadosa aos seus relacionamentos com o resto da teoria. Vi, por exemplo, que erros anteriores sobre a interpretação da renda surgiram precisamente de uma falha em integrar esse aspecto isolado da distribuição na teoria geral da produção e distribuição que Marx propunha. No entanto, a dificuldade é que existem muitas interpretações diferentes dessa teoria geral. Além disso, como era de se esperar, a investigação dos tópicos que eram para mim de particular interesse sugeriam novas maneiras de pensar na teoria do valor, na teoria da crise etc. Não tive outra opção senão escrever um tratado sobre a teoria marxiana em geral, prestando atenção particular na circulação do capital nas áreas construídas, no sistema de crédito e na produção das configurações espaciais.

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Todos que estudam Marx, diz-se, se sentem impelidos a escrever um livro sobre a experiência. Ofereço este trabalho como uma prova parcial de uma proposição desse tipo. Mas tenho uma desculpa adicional. Depois de concluir Justiça social e a cidade (há quase uma década), determinei-me a melhorar a tentativa – o que notei mais tarde ter sido um erro – e as formulações a esse respeito e escrever uma declaração definitiva sobre o processo urbano no capitalismo a partir de uma perspectiva marxista. Quanto mais profundamente ia me envolvendo no projeto, mais tomava consciência de que alguns dos aspectos mais básicos da teoria marxiana à qual eu buscava apelar permaneciam bastante inexplorados e, em alguns casos, quase desprovidos de consideração. Então, comecei a escrever a teoria da urbanização, para integrá-la com estudos históricos detalhados do processo urbano extraídos da Grã-Bretanha, da França e dos Estados Unidos e, enquanto isso, casualmente encher algumas “caixas vazias” na teoria marxiana. O projeto logo se tornou totalmente pesado. Neste livro, longo como ele é, trato apenas das “caixas vazias” na teoria. Deixe-me explicar como isso aconteceu.
Em Marx, é ao mesmo tempo uma virtude e uma dificuldade que tudo se relacione a todo o resto. É impossível trabalhar em uma “caixa vazia” sem simultaneamente trabalhar em todos os outros aspectos da teoria. Os fragmentos e trechos que eu precisava entender – como a circulação do capital em áreas construídas, o papel do crédito e dos mecanismos (como a renda) que medeia a produção das configurações espaciais – não podiam ser entendidos sem uma atenção cuidadosa aos seus relacionamentos com o resto da teoria. Vi, por exemplo, que erros anteriores sobre a interpretação da renda surgiram precisamente de uma falha em integrar esse aspecto isolado da distribuição na teoria geral da produção e distribuição que Marx propunha. No entanto, a dificuldade é que existem muitas interpretações diferentes dessa teoria geral. Além disso, como era de se esperar, a investigação dos tópicos que eram para mim de particular interesse sugeriam novas maneiras de pensar na teoria do valor, na teoria da crise etc. Não tive outra opção senão escrever um tratado sobre a teoria marxiana em geral, prestando atenção particular na circulação do capital nas áreas construídas, no sistema de crédito e na produção das configurações espaciais.

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