O Aleph

Em sua maioria, "as peças deste livro correspondem ao gênero fantástico", esclarece o autor no epílogo da obra. Nelas, ele exerce seu modo característico de manipular a "realidade": as coisas da vida real deslizam para contextos incomuns e ganham significados extraordinários

, ao mesmo tempo em que fenômenos bizarros se introduzem em cenários prosaicos.
Os motivos borgeanos recorrentes do tempo, do infinito, da imortalidade e da perplexidade metafísica jamais se perdem na pura abstração; ao contrário, ganham carnadura concreta nas tramas, nas imagens, na sintaxe, que também são capazes de resgatar uma profunda sondagem do processo histórico argentino.
O livro se abre com O Imortal, onde temos a típica descoberta de um manuscrito que relatará as agruras da imortalidade. E se fecha com O Aleph, para o qual Borges deu a seguinte "explicação" em 1970: "O que a eternidade é para o tempo, O Aleph é para o espaço". Como o narrador e o leitor vão descobrir, descrever essa ideia em termos convencionais é uma tarefa desafiadoramente impossível.

Jorge Luis Borges: Considerado um dos autores mais importantes do século, com uma obra que tem vindo a conquistar cada vez mais admiradores, o seu nome aparece sempre na lista dos grandes escritores que nunca receberam o Nobel. Por que razão, perguntar-se-á? Os argumentos são vários.
Desde uma ingênua posição política de apoio a Pinochet, de que mais tarde viria a demarcar-se, a uma inadvertida humilhação, num jantar em Estocolmo, de um poema do seu tradutor sueco, o escritor Artur Lundkvist, secretário da Academia Sueca.
Mas nesta lista dos não-nobelizados Borges não está mal acompanhado, e um prêmio é, afinal, só um prêmio, e depende quase sempre mais dos critérios de quem o dá do que propriamente da obra a que é dado.
Este neto de marinheiros portugueses, que dormia com Camões à cabeceira, nasceu de uma família culta e cresceu "num jardim, por trás de uma grade com lanças, e numa biblioteca de ilimitados livros ingleses". Por isso, o seu destino desde cedo se traçou. Aos seis anos já queria ser escritor e redigiu um manual de mitologia clássica e um conto a imitar Cervantes.

   

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Em sua maioria, “as peças deste livro correspondem ao gênero fantástico”, esclarece o autor no epílogo da obra. Nelas, ele exerce seu modo característico de manipular a “realidade”: as coisas da vida real deslizam para contextos incomuns e ganham significados extraordinários, ao mesmo tempo em que fenômenos bizarros se introduzem em cenários prosaicos.
Os motivos borgeanos recorrentes do tempo, do infinito, da imortalidade e da perplexidade metafísica jamais se perdem na pura abstração; ao contrário, ganham carnadura concreta nas tramas, nas imagens, na sintaxe, que também são capazes de resgatar uma profunda sondagem do processo histórico argentino.
O livro se abre com O Imortal, onde temos a típica descoberta de um manuscrito que relatará as agruras da imortalidade. E se fecha com O Aleph, para o qual Borges deu a seguinte “explicação” em 1970: “O que a eternidade é para o tempo, O Aleph é para o espaço”. Como o narrador e o leitor vão descobrir, descrever essa ideia em termos convencionais é uma tarefa desafiadoramente impossível.

Jorge Luis Borges: Considerado um dos autores mais importantes do século, com uma obra que tem vindo a conquistar cada vez mais admiradores, o seu nome aparece sempre na lista dos grandes escritores que nunca receberam o Nobel. Por que razão, perguntar-se-á? Os argumentos são vários.
Desde uma ingênua posição política de apoio a Pinochet, de que mais tarde viria a demarcar-se, a uma inadvertida humilhação, num jantar em Estocolmo, de um poema do seu tradutor sueco, o escritor Artur Lundkvist, secretário da Academia Sueca.
Mas nesta lista dos não-nobelizados Borges não está mal acompanhado, e um prêmio é, afinal, só um prêmio, e depende quase sempre mais dos critérios de quem o dá do que propriamente da obra a que é dado.
Este neto de marinheiros portugueses, que dormia com Camões à cabeceira, nasceu de uma família culta e cresceu “num jardim, por trás de uma grade com lanças, e numa biblioteca de ilimitados livros ingleses”. Por isso, o seu destino desde cedo se traçou. Aos seis anos já queria ser escritor e redigiu um manual de mitologia clássica e um conto a imitar Cervantes.

   

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