O Estado Como Empregador De Última Instância

O emprego é uma variável macroeconômica fundamental para o bom funcionamento de uma economia e de uma sociedade moderna. O estudo dessa variável pela ciência econômica é antigo, passando pelo mercantilismo, pela fisiocracia, por Adam Smith, Ricardo e Marx, entre outros, ainda nos séculos XVIII e XIX.

Atualmente, quando falamos em emprego, estamos nos referindo, em geral, às ideias do início do século XX, como os estudos de Keynes.
Na Teoria geral do emprego, do juro e da moeda, podemos encontrar importantes noções e conceitos sobre o emprego: por exemplo, "o volume do emprego depende do nível de receita que os empresários esperam receber da correspondente produção. Os empresários, pois, esforçam-se por fixar o volume de emprego ao nível em que esperam maximizar a diferença entre a receita e o custo dos fatores". Em outra passagem, Keynes resume sua teoria do emprego em oito pontos/passagens-chave, destacando três variáveis como as mais importantes, as quais definem o volume de emprego: a função da oferta agregada, a propensão a consumir e o montante do investimento.
No presente trabalho, o emprego será estudado sobretudo através da contribuição de Abba P. Lerner, um economista que seguiu os conceitos de Keynes no que se refere ao nível de intervenção governamental na economia necessário para um bom funcionamento desta. Lerner aprofunda muitos dos debates trazidos à tona por Keynes.
O mundo que recentemente entrou em crise por muito tempo teve como diretriz econômica o uso intenso das ferramentas ortodoxas de condução macroeconômica: baixo intervencionismo governamental, orçamento equilibrado e política monetária direcionada para as metas inflacionárias, como bem salientado por Petiffor e muitos outros. Esse cenário implica dizer que, no geral, temos baixo gasto governamental e taxas de juros mais elevadas do que em um cenário com políticas (pós-)keynesianas.
Em sentido totalmente oposto a essa visão ortodoxa, Lerner apresenta um ferramental teórico para alcançar o nível de pleno emprego, almejado, ao menos em tese, por todas as escolas de pensamento econômico. Seu diferencial está na forma de alcançar tal patamar de atividade econômica, ou seja, através dos gastos públicos1 e de políticas monetárias corretas. Portanto, não só o gasto público deve ser aumentado na visão de Lerner. A utilidade da taxa de juros também muda. Não servirá apenas para manter estável o preço da moeda. Lerner postula a relevância das finanças funcionais não somente para combater crises, como muitos a aceitam, mas sim para ser uma política perene.

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O emprego é uma variável macroeconômica fundamental para o bom funcionamento de uma economia e de uma sociedade moderna. O estudo dessa variável pela ciência econômica é antigo, passando pelo mercantilismo, pela fisiocracia, por Adam Smith, Ricardo e Marx, entre outros, ainda nos séculos XVIII e XIX. Atualmente, quando falamos em emprego, estamos nos referindo, em geral, às ideias do início do século XX, como os estudos de Keynes.
Na Teoria geral do emprego, do juro e da moeda, podemos encontrar importantes noções e conceitos sobre o emprego: por exemplo, “o volume do emprego depende do nível de receita que os empresários esperam receber da correspondente produção. Os empresários, pois, esforçam-se por fixar o volume de emprego ao nível em que esperam maximizar a diferença entre a receita e o custo dos fatores”. Em outra passagem, Keynes resume sua teoria do emprego em oito pontos/passagens-chave, destacando três variáveis como as mais importantes, as quais definem o volume de emprego: a função da oferta agregada, a propensão a consumir e o montante do investimento.
No presente trabalho, o emprego será estudado sobretudo através da contribuição de Abba P. Lerner, um economista que seguiu os conceitos de Keynes no que se refere ao nível de intervenção governamental na economia necessário para um bom funcionamento desta. Lerner aprofunda muitos dos debates trazidos à tona por Keynes.
O mundo que recentemente entrou em crise por muito tempo teve como diretriz econômica o uso intenso das ferramentas ortodoxas de condução macroeconômica: baixo intervencionismo governamental, orçamento equilibrado e política monetária direcionada para as metas inflacionárias, como bem salientado por Petiffor e muitos outros. Esse cenário implica dizer que, no geral, temos baixo gasto governamental e taxas de juros mais elevadas do que em um cenário com políticas (pós-)keynesianas.
Em sentido totalmente oposto a essa visão ortodoxa, Lerner apresenta um ferramental teórico para alcançar o nível de pleno emprego, almejado, ao menos em tese, por todas as escolas de pensamento econômico. Seu diferencial está na forma de alcançar tal patamar de atividade econômica, ou seja, através dos gastos públicos1 e de políticas monetárias corretas. Portanto, não só o gasto público deve ser aumentado na visão de Lerner. A utilidade da taxa de juros também muda. Não servirá apenas para manter estável o preço da moeda. Lerner postula a relevância das finanças funcionais não somente para combater crises, como muitos a aceitam, mas sim para ser uma política perene.

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