Pensando A Episteme Comunicacional

"Pensar é ter a coragem de pôr em jogo, em todo relacionamento, o espaço de liberdade das próprias pressuposições e o advento da verdade nos propósitos de ação e compreensão. […] Não adianta tomar posição, sem pensar as suposições em que a própria posição se planta”.

As palavras de Carneiro Leão são aqui tomadas de empréstimo, pois, de alguma maneira, nos ajudam a resumir o esforço do empreendimento que ora se apresenta. Em se tratando da constituição da episteme comunicacional, dado o caráter extremamente incipiente do assunto, procuramos, antes de qualquer coisa, realizar uma reflexão que teve, na apresentação de alguns problemas que cercam o tema, seu principal objetivo. Com intuito de compreender os postulados que orientam tal debate, assim como de agregar à presente temática uma análise de cunho propositivo, optou-se por caminhar no interregno das afirmativas que hoje caracterizam a epistemologia como instância específica de trabalho, no campo da comunicação social. Diferente de uma abordagem normativa, comumente encontrada na discussão corrente, busca-se trabalhar com a compreensão de um conjunto de pressupostos que vêm respondendo hoje pela tematização da episteme da comunicação. Mais do que respostas, a presente reflexão perseguiu a formulação de perguntas que pudessem contribuir para o presente debate. Antes de tudo, as mesmas foram para nós uma forma de percorrer um caminho, de desenhar um diagrama ainda não traçado. Por isso, a título de introdução, evocamos as palavras de Carneiro Leão. Em boa medida, elas orientam o movimento por nós almejado não tanto na direção do alcance da coragem de pensar, mas da tentativa que fizemos de aprender a pensar. Como propõe o autor, de “aprender a pensar toda esta coragem de pensar que já nos é sempre dada”. Significa dizer, portanto, que nossa opção primeira foi estabelecer um tipo de diálogo que não necessariamente se centrou na contraposição de ideias ou na exposição baseada na diversidade de pontos de vista sobre o assunto discutido. Decidimos por realizar leituras que nos ajudassem não apenas a obter uma melhor compreensão, mas, sobretudo, a construir uma chave interpretativa acerca da temática em questão. Não deixamos de reconhecer o valor e a riqueza de outras estratégias de meditação, que procuram ampliar suas prospecções a respeito do tema investigado, utilizando-se da maior diversidade possível de autores. Tal opção é preciosa e, de modo geral, tende a produzir entendimentos cuja riqueza advém da totalidade dos pontos de vista explicitados. De todo modo, optamos por não perder de vista a possibilidade de realizar determinada incursão que, de alguma maneira, viabilizasse a construção de um lugar de fala. Uma opção que, de fato, nos permitisse pensar e qualificar o tema da constituição da episteme comunicacional.

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“Pensar é ter a coragem de pôr em jogo, em todo relacionamento, o espaço de liberdade das próprias pressuposições e o advento da verdade nos propósitos de ação e compreensão. […] Não adianta tomar posição, sem pensar as suposições em que a própria posição se planta”. As palavras de Carneiro Leão são aqui tomadas de empréstimo, pois, de alguma maneira, nos ajudam a resumir o esforço do empreendimento que ora se apresenta. Em se tratando da constituição da episteme comunicacional, dado o caráter extremamente incipiente do assunto, procuramos, antes de qualquer coisa, realizar uma reflexão que teve, na apresentação de alguns problemas que cercam o tema, seu principal objetivo. Com intuito de compreender os postulados que orientam tal debate, assim como de agregar à presente temática uma análise de cunho propositivo, optou-se por caminhar no interregno das afirmativas que hoje caracterizam a epistemologia como instância específica de trabalho, no campo da comunicação social. Diferente de uma abordagem normativa, comumente encontrada na discussão corrente, busca-se trabalhar com a compreensão de um conjunto de pressupostos que vêm respondendo hoje pela tematização da episteme da comunicação. Mais do que respostas, a presente reflexão perseguiu a formulação de perguntas que pudessem contribuir para o presente debate. Antes de tudo, as mesmas foram para nós uma forma de percorrer um caminho, de desenhar um diagrama ainda não traçado. Por isso, a título de introdução, evocamos as palavras de Carneiro Leão. Em boa medida, elas orientam o movimento por nós almejado não tanto na direção do alcance da coragem de pensar, mas da tentativa que fizemos de aprender a pensar. Como propõe o autor, de “aprender a pensar toda esta coragem de pensar que já nos é sempre dada”. Significa dizer, portanto, que nossa opção primeira foi estabelecer um tipo de diálogo que não necessariamente se centrou na contraposição de ideias ou na exposição baseada na diversidade de pontos de vista sobre o assunto discutido. Decidimos por realizar leituras que nos ajudassem não apenas a obter uma melhor compreensão, mas, sobretudo, a construir uma chave interpretativa acerca da temática em questão. Não deixamos de reconhecer o valor e a riqueza de outras estratégias de meditação, que procuram ampliar suas prospecções a respeito do tema investigado, utilizando-se da maior diversidade possível de autores. Tal opção é preciosa e, de modo geral, tende a produzir entendimentos cuja riqueza advém da totalidade dos pontos de vista explicitados. De todo modo, optamos por não perder de vista a possibilidade de realizar determinada incursão que, de alguma maneira, viabilizasse a construção de um lugar de fala. Uma opção que, de fato, nos permitisse pensar e qualificar o tema da constituição da episteme comunicacional.

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