Literatura De Multidão E Intermidialidade

Este livro perfaz 2 movimentos, 2 estratégias de leitura, a da intermidialidade e a da literatura de multidão. A fronteira entre elas é tênue e provisória. O que as separa é um filtro, que tanto deixa passar quanto retém.


É um livro de crítica, um exercício de experimentação crítica que propõe um olhar transversal sobre as obras, com a finalidade de compreendê-las por aquilo que nelas remete para as formas de vida, para os espaços de produção simbólica e de sua logística de circulação e consumo. É um livro de crítica porque não negligencio 100 anos de poética literária, 100 anos de métodos e pesquisas em nome de conteúdos que, por não observando os muitos movimentos de sentido que as obras perfazem, tornam-se conteúdos-clichês, por mais bela que seja a causa, o projeto, a demanda.
Se os textos não são as origens da literatura, como um certo lugar comum costuma dizer, se são antes o resultado de uma série de operações é porque estas não podem funcionar sem que o texto as medeie. Por isso, penso menos nos textos por si mesmos e mais nas nossas relações com eles e, através deles, com nós mesmos.
Mas este é um livro de crítica porque creio ainda ser possível voltar à leitura pormenorizada das obras, acredito inclusive que qualquer significado ético, político, identitário ou qualquer outro só pode ser compreendido, se for honesto, observando os meios e modos que dão estruturalidade às obras. Se é preciso ir além delas e de suas textualidades, que nunca são só “obras” e “textos”, proponho-me inclusive lê-las à revelia delas mesmas, naquilo que têm de médium, o que está entre, no interior e em volta.
A prosaística de Lima Barreto e a poética de Augusto de Campos são os modelos, moleculares, das 2 estratégias de leitura aqui propostas. É com eles que a literatura de multidão se transforma em intermidialidade e a intermidialidade assume-se multidão.
Tão diferentes em quase tudo, são, contudo, tão parecidos no “compromisso total perante a linguagem”, com os problemas mais urgentes que seu tempo coloca para a prática literária e simbólica em geral, para os espaços de preservação da memória e de sua expansão para além de todo passado aprisionado em si mesmo.

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Este livro perfaz 2 movimentos, 2 estratégias de leitura, a da intermidialidade e a da literatura de multidão. A fronteira entre elas é tênue e provisória. O que as separa é um filtro, que tanto deixa passar quanto retém.
É um livro de crítica, um exercício de experimentação crítica que propõe um olhar transversal sobre as obras, com a finalidade de compreendê-las por aquilo que nelas remete para as formas de vida, para os espaços de produção simbólica e de sua logística de circulação e consumo. É um livro de crítica porque não negligencio 100 anos de poética literária, 100 anos de métodos e pesquisas em nome de conteúdos que, por não observando os muitos movimentos de sentido que as obras perfazem, tornam-se conteúdos-clichês, por mais bela que seja a causa, o projeto, a demanda.
Se os textos não são as origens da literatura, como um certo lugar comum costuma dizer, se são antes o resultado de uma série de operações é porque estas não podem funcionar sem que o texto as medeie. Por isso, penso menos nos textos por si mesmos e mais nas nossas relações com eles e, através deles, com nós mesmos.
Mas este é um livro de crítica porque creio ainda ser possível voltar à leitura pormenorizada das obras, acredito inclusive que qualquer significado ético, político, identitário ou qualquer outro só pode ser compreendido, se for honesto, observando os meios e modos que dão estruturalidade às obras. Se é preciso ir além delas e de suas textualidades, que nunca são só “obras” e “textos”, proponho-me inclusive lê-las à revelia delas mesmas, naquilo que têm de médium, o que está entre, no interior e em volta.
A prosaística de Lima Barreto e a poética de Augusto de Campos são os modelos, moleculares, das 2 estratégias de leitura aqui propostas. É com eles que a literatura de multidão se transforma em intermidialidade e a intermidialidade assume-se multidão.
Tão diferentes em quase tudo, são, contudo, tão parecidos no “compromisso total perante a linguagem”, com os problemas mais urgentes que seu tempo coloca para a prática literária e simbólica em geral, para os espaços de preservação da memória e de sua expansão para além de todo passado aprisionado em si mesmo.

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