Capitalismo, Trabalho E Política Social Vol. II

A contemporaneidade é marcada por uma consciência de ruptura que propaga a ideia de que o mundo mudou e o novo que está nascendo não traz mais nenhum vestígio do passado.

No campo das relações de produção, essa consciência acredita que a reestruturação da economia criou novas formas de organização e gerenciamento do processo de trabalho, que não lembram mais os princípios de padronização, especialização, sincronização e de centralização que configuravam e alicerçavam a estruturação do processo produtivo. Os propagadores dessa consciência de ruptura não param por aí. Avançam com seu discurso para afirmar que a produção padronizada está definitivamente datada e morta. Em seu lugar, continuam, surge a produção flexível, requerendo máquinas mais flexíveis e de finalidades genéricas, operadas por trabalhadores polivalentes e altamente qualificados, com alto grau de responsabilidade e de autonomia.
Em consequência, nesse mundo cor-de-rosa, pintado com tintas carregadas das cores da mudança, seus protagonistas apressam-se para anunciar o nascimento do trabalhador detentor de conhecimentos teóricos gerais, que desenvolve raciocínios lógico-matemáticos e usa a geografia, a história e as outras ciências para discutir os problemas da sua empresa. Sem dúvidas, diriam que esse novo tempo decretou a morte do trabalhador especializado, obrigado a desempenhar uma única atividade por toda a vida, incapaz de participar de qualquer discussão racional como já havia denunciado o autor de A Riqueza das Nações.
Utopia ou realidade? Em outras palavras: até que ponto esse novo mundo, anunciado por essa consciência de ruptura, é um retrato fiel da realidade contemporânea? Seja qual for a resposta que se dê a essa questão, uma coisa é certa: o capitalismo já não é mais aquele que Marx e Keynes, para citar apenas esses dois grandes expoentes do pensamento econômico, tinham diante dos olhos quando escreveram sua obra. Para responder a uma crise que se arrasta desde meados da década de 1970 do século passado, o capital viu-se obrigado a criar novas normas de produção de mercadorias mais adequadas à valorização do valor.
Revolucionou o processo de produção a ponto de transformar uma parcela crescente dos trabalhadores em peças de museu.

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A contemporaneidade é marcada por uma consciência de ruptura que propaga a ideia de que o mundo mudou e o novo que está nascendo não traz mais nenhum vestígio do passado. No campo das relações de produção, essa consciência acredita que a reestruturação da economia criou novas formas de organização e gerenciamento do processo de trabalho, que não lembram mais os princípios de padronização, especialização, sincronização e de centralização que configuravam e alicerçavam a estruturação do processo produtivo. Os propagadores dessa consciência de ruptura não param por aí. Avançam com seu discurso para afirmar que a produção padronizada está definitivamente datada e morta. Em seu lugar, continuam, surge a produção flexível, requerendo máquinas mais flexíveis e de finalidades genéricas, operadas por trabalhadores polivalentes e altamente qualificados, com alto grau de responsabilidade e de autonomia.
Em consequência, nesse mundo cor-de-rosa, pintado com tintas carregadas das cores da mudança, seus protagonistas apressam-se para anunciar o nascimento do trabalhador detentor de conhecimentos teóricos gerais, que desenvolve raciocínios lógico-matemáticos e usa a geografia, a história e as outras ciências para discutir os problemas da sua empresa. Sem dúvidas, diriam que esse novo tempo decretou a morte do trabalhador especializado, obrigado a desempenhar uma única atividade por toda a vida, incapaz de participar de qualquer discussão racional como já havia denunciado o autor de A Riqueza das Nações.
Utopia ou realidade? Em outras palavras: até que ponto esse novo mundo, anunciado por essa consciência de ruptura, é um retrato fiel da realidade contemporânea? Seja qual for a resposta que se dê a essa questão, uma coisa é certa: o capitalismo já não é mais aquele que Marx e Keynes, para citar apenas esses dois grandes expoentes do pensamento econômico, tinham diante dos olhos quando escreveram sua obra. Para responder a uma crise que se arrasta desde meados da década de 1970 do século passado, o capital viu-se obrigado a criar novas normas de produção de mercadorias mais adequadas à valorização do valor.
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