Ainda Além Do Medo: Filosofia E Antropologia Do Preconceito

Esse texto nasce de uma motivação fundamental.
Juntamente com o estudo filosófico em longo prazo sobre a questão da Alteridade e de sua negação, tornou-se evidente para nós a necessidade de examinar filosoficamente, de muito perto, a ocorrência de fatos

, episódios ou situações nos quais esta negação enquanto desdobramento de um ato concreto - melhor diríamos: aniquilação ou obsessão pela aniquilação - se expressa de forma especialmente visível, no sentido de incontornável e inegável enquanto tal, com um corolário muito próprio e inconfundível de significações.
Este complexo de significações traduz um material de extrema riqueza para quem se interessa não pelo conceito abstrato de humanidade, mas pelo humano real que vive em meio às infinitas dimensões que simultaneamente o limitam e o provocam a ir além de si: a sua precípua situação. E compartilhamos da ideia de que não há quem não seja também a própria situação em que vive. Eu sou eu e minhas perspectivas, meus horizontes, meus desafios, minha derrota e minha sobrevivência.
Assim, as situações que configuram a vida humana trazem, em certos momentos, uma espécie de inequivocidade aguda com relação ao seu verdadeiro sentido; resta-nos rastrear o difícil caminho de aproximação desse sentido. Porém, algo se conta a nosso favor: é que podemos, a estas alturas início de século em que vivemos, circunscrever com relativa propriedade o essencial do humano - em contraposição a uma “doutrina das essências” (e que não sejamos, aqui, mal entendidos: não se trata de recorrer à contrapartida de uma doutrina das “existências”, mas de manter a tensão entre os fatos brutos e os monumentais esforços de nossos cérebros para reduzi-los a membro de uma mera equação no universo dos inteligíveis).
O que podemos dizer com bastante segurança é que, sempre que este essencial é tocado, atingido, ameaçado ou sofre simplesmente aproximação especulativa, dá-se um sinal de vida, uma espécie de grito: um grito de vida. A nenhum estudioso sensível da alma humana escapará tal fato.
Ele é indicativo de que, em sendo nós quem se aproxima, estamos muito próximos da medula mais sagrada da vida humana e da vida em geral, aquele liame fragílimo que prende alguém a si mesmo e que a doença, ou uma situação limite, ou uma ameaça real, têm o poder de expor em toda sua indigência.

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Esse texto nasce de uma motivação fundamental.
Juntamente com o estudo filosófico em longo prazo sobre a questão da Alteridade e de sua negação, tornou-se evidente para nós a necessidade de examinar filosoficamente, de muito perto, a ocorrência de fatos, episódios ou situações nos quais esta negação enquanto desdobramento de um ato concreto – melhor diríamos: aniquilação ou obsessão pela aniquilação – se expressa de forma especialmente visível, no sentido de incontornável e inegável enquanto tal, com um corolário muito próprio e inconfundível de significações.
Este complexo de significações traduz um material de extrema riqueza para quem se interessa não pelo conceito abstrato de humanidade, mas pelo humano real que vive em meio às infinitas dimensões que simultaneamente o limitam e o provocam a ir além de si: a sua precípua situação. E compartilhamos da ideia de que não há quem não seja também a própria situação em que vive. Eu sou eu e minhas perspectivas, meus horizontes, meus desafios, minha derrota e minha sobrevivência.
Assim, as situações que configuram a vida humana trazem, em certos momentos, uma espécie de inequivocidade aguda com relação ao seu verdadeiro sentido; resta-nos rastrear o difícil caminho de aproximação desse sentido. Porém, algo se conta a nosso favor: é que podemos, a estas alturas início de século em que vivemos, circunscrever com relativa propriedade o essencial do humano – em contraposição a uma “doutrina das essências” (e que não sejamos, aqui, mal entendidos: não se trata de recorrer à contrapartida de uma doutrina das “existências”, mas de manter a tensão entre os fatos brutos e os monumentais esforços de nossos cérebros para reduzi-los a membro de uma mera equação no universo dos inteligíveis).
O que podemos dizer com bastante segurança é que, sempre que este essencial é tocado, atingido, ameaçado ou sofre simplesmente aproximação especulativa, dá-se um sinal de vida, uma espécie de grito: um grito de vida. A nenhum estudioso sensível da alma humana escapará tal fato.
Ele é indicativo de que, em sendo nós quem se aproxima, estamos muito próximos da medula mais sagrada da vida humana e da vida em geral, aquele liame fragílimo que prende alguém a si mesmo e que a doença, ou uma situação limite, ou uma ameaça real, têm o poder de expor em toda sua indigência.

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