Segurança Pública E Os Megaeventos No Brasil

A realização de um megaevento internacional necessariamente implica o estabelecimento e/ou reforço de uma série de fluxos de troca e circulação, de pessoas, mercadorias, capitais, tecnologias, expertises, promessas e riscos.

Desde os atentados de 11 de setembro de 2001, um determinado padrão de fluxos foi estabelecido (ou reforçado) no campo da segurança, com um grande acréscimo nos valores despendidos (Giulianotti & Klauser, 2009) e uma ênfase bem marcada na aquisição de tecnologias de informação e comunicação, voltadas ao estabelecimento de infraestruturas de comando e controle, usadas também para vigilância e monitoramento (Samatas, 2011), assim como em armamento de baixa letalidade, o que no caso brasileiro terá um impacto significativo na atuação policial diante de determinados cenários.
No Brasil, os mais frequentes questionamentos aos gastos que acompanharam os megaeventos tinham como alvo as despesas com construção ou reforma de equipamentos esportivos, contratadas junto às grandes empreiteiras que figuram entre as maiores empresas do país. Entretanto, muitos outros contratos de valores importantes foram firmados, por vezes significando mais do que apenas a transferência de recursos mediante troca entre Estado e iniciativa privada. A construção e operacionalização dos grandes sistemas de tecnologia de segurança insere essas empresas na própria arquitetura de governo e funcionamento do Estado, com um papel que pode extrapolar o mero fornecimento de serviços ou material.
Dessa forma, agentes do setor privado passam não somente a cooperar com o Estado, mas também a co-operar a partir de alguns de seus principais instrumentos de ação e organização no campo da segurança. No caso brasileiro, os investimentos conferem centralidade à construção do Sistema Integrado de Comando e Controle (SICC), responsável pela integração coordenada de diferentes órgãos públicos (nas esferas nacional, estadual e municipal) de defesa, segurança pública ou defesa civil, em uma arquitetura institucional que variaria de acordo com as situações e cenários com os quais se tivesse que lidar.

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A realização de um megaevento internacional necessariamente implica o estabelecimento e/ou reforço de uma série de fluxos de troca e circulação, de pessoas, mercadorias, capitais, tecnologias, expertises, promessas e riscos. Desde os atentados de 11 de setembro de 2001, um determinado padrão de fluxos foi estabelecido (ou reforçado) no campo da segurança, com um grande acréscimo nos valores despendidos (Giulianotti & Klauser, 2009) e uma ênfase bem marcada na aquisição de tecnologias de informação e comunicação, voltadas ao estabelecimento de infraestruturas de comando e controle, usadas também para vigilância e monitoramento (Samatas, 2011), assim como em armamento de baixa letalidade, o que no caso brasileiro terá um impacto significativo na atuação policial diante de determinados cenários.
No Brasil, os mais frequentes questionamentos aos gastos que acompanharam os megaeventos tinham como alvo as despesas com construção ou reforma de equipamentos esportivos, contratadas junto às grandes empreiteiras que figuram entre as maiores empresas do país. Entretanto, muitos outros contratos de valores importantes foram firmados, por vezes significando mais do que apenas a transferência de recursos mediante troca entre Estado e iniciativa privada. A construção e operacionalização dos grandes sistemas de tecnologia de segurança insere essas empresas na própria arquitetura de governo e funcionamento do Estado, com um papel que pode extrapolar o mero fornecimento de serviços ou material.
Dessa forma, agentes do setor privado passam não somente a cooperar com o Estado, mas também a co-operar a partir de alguns de seus principais instrumentos de ação e organização no campo da segurança. No caso brasileiro, os investimentos conferem centralidade à construção do Sistema Integrado de Comando e Controle (SICC), responsável pela integração coordenada de diferentes órgãos públicos (nas esferas nacional, estadual e municipal) de defesa, segurança pública ou defesa civil, em uma arquitetura institucional que variaria de acordo com as situações e cenários com os quais se tivesse que lidar.

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