
Nos dias de hoje, somos bombardeados por informações de todos os lados. Como separar o que é importante e significativo do que é supérfluo e descartável?
Essa foi a intenção do sociólogo Zygmunt Bauman ao ser convidado pela revista italiana “La Repubblica delle Donne” – publicação de caráter cultural dirigida sobretudo ao público feminino – a escrever cartas comentando aspectos do que o sociólogo chama de “mundo líquido moderno”.
Foram dois anos (de 2008 a 2009) em que Bauman escreveu quinzenalmente para os leitores italianos sobre temas como iPod; Twitter; Facebook; Barack Obama; cartões de crédito e gripe suína. 44 Cartas Do Mundo Líquido Moderno apresenta uma seleção desses textos.
Poucos eventos escapam ao olhar atento de Bauman, que apresenta breves e brilhantes análises da vida contemporânea.
Surpreende a capacidade do sociólogo em descobrir significados sob atos aparentemente simples – uma chamada ao celular, a exposição de uma foto no Facebook, um outdoor, a lista de gastos do cartão de crédito.
Todos esses fatos que parecem casuais e desconectados se unem para reforçar a aflição do homem no mundo líquido: buscar sua identidade.
E o sociólogo faz um alerta: apenas unidos poderemos combater os “males sociais”, optar pelo individualismo seria o mesmo que nos preparar para nossa própria biodegradação e reciclagem.
Zygmunt Bauman (1925-2017) foi o grande pensador da modernidade. Perspicaz analista de temas contemporâneos, deixou vasta obra – com destaque para o best-seller Amor líquido, fundamental para a compreensão das relações afetivas hoje.
Sociólogo e filósofo, soube se comunicar diretamente com seus leitores, levando milhares de pessoas a pensar a sociedade atual através do conceito de liquidez.
Professor emérito das universidades de Varsóvia e Leeds, tem cerca de quarenta livros publicados no Brasil, todos pela Zahar, com enorme sucesso de público. Bauman nasceu na Polônia e morreu na Inglaterra, onde vivia desde a década de 1970.











