Do Jeito Que Você Gosta

Em Do Jeito Que Você Gosta, Shakespeare desenvolve o conceito de que o poder, movido por desejos pessoais, sempre corrompe, enquanto no desapegar dos bens.

Shakespeare conta com cerca de duas dúzias de obras-primas dentre as trinta e nove peças que escreveu, e ninguém negaria a Do Jeito Que Você Gosta (As You Like It) uma posição de destaque, ainda que alguns (erroneamente) a considerem a menor das obras-primas. A quem Rosalinda não for capaz de agradar, nenhum outro personagem shakesperiano, ou em toda a literatura, poderá fazê-lo.

A marca de Shakespeare na literatura é definitiva, até hoje sendo referência como leitura, objeto de estudo, citações ou releituras. O distanciamento temporal, acrescido da falta de material histórico a seu respeito, produz dúvidas quanto a quem foi o homem por trás do mito, dando espaço para teorias conspiratórias que, de qualquer maneira, nunca negaram o óbvio.

Shakespeare é um escritor ímpar. Suas peças eram populares, apresentadas para diversas parcelas da população. Hoje em dia parece estranho conceber esta façanha, em um país em que a cultura, principalmente o teatro, se desenvolve em eixo e tenta ser elitista. Ainda assim, encontramos sempre em cartaz uma interpretação de suas peças.

A trama de Do Jeito Que Você Gosta se desenvolve em dois polos, evidenciando um estilo duplo que permeará toda a história. De um lado, um duque e sua filha que usurpou o poder de outro e o baniu do reino; de outro, um irmão que, mesmo orientado pelo testamento do pai a cuidar do irmão mais novo, o trata como um mero empregado. É a partir desse conflito, e do descontentamento das personagens, que nasce o riso.

Shakespeare desenvolve o conceito de que o poder, movido por desejos pessoais, sempre corrompe, enquanto no desapegar dos bens - principalmente em encontro com a natureza - seria possível reencontrar-se uma harmonia. A peça retoma um dos conceitos primordiais do dramaturgo, que sempre fundamenta o palco como um exemplo da própria vida em que cada um, movido por seus atos e falas, é responsável por um enredo, dando voz a personagens que, dentro da sociedade, são periféricos - como o bobo da corte, a personagem mais sã e sábia da história, em analogia aos que se dizem nobres mas são os mais cegos do reino.

Seu estilo é simples, mas repleto de uma sutileza poética emocionante. Suas personagens possuem a língua afiada e sempre estão dispostas a nos presentear com reflexões breves sobre o momento em que estão. Escrito concentrado na ação e nas palavras das personagens, há poucas referências cênicas em suas peças, fazendo da leitura um espaço mais imaginativo para o leitor e, nos palcos, dando fluidez para que encenadores contemplem a cena da maneira que acharem mais conveniente.

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Em Do Jeito Que Você Gosta, Shakespeare desenvolve o conceito de que o poder, movido por desejos pessoais, sempre corrompe, enquanto no desapegar dos bens.

Shakespeare conta com cerca de duas dúzias de obras-primas dentre as trinta e nove peças que escreveu, e ninguém negaria a Do Jeito Que Você Gosta (As You Like It) uma posição de destaque, ainda que alguns (erroneamente) a considerem a menor das obras-primas. A quem Rosalinda não for capaz de agradar, nenhum outro personagem shakesperiano, ou em toda a literatura, poderá fazê-lo.

A marca de Shakespeare na literatura é definitiva, até hoje sendo referência como leitura, objeto de estudo, citações ou releituras. O distanciamento temporal, acrescido da falta de material histórico a seu respeito, produz dúvidas quanto a quem foi o homem por trás do mito, dando espaço para teorias conspiratórias que, de qualquer maneira, nunca negaram o óbvio.

Shakespeare é um escritor ímpar. Suas peças eram populares, apresentadas para diversas parcelas da população. Hoje em dia parece estranho conceber esta façanha, em um país em que a cultura, principalmente o teatro, se desenvolve em eixo e tenta ser elitista. Ainda assim, encontramos sempre em cartaz uma interpretação de suas peças.

A trama de Do Jeito Que Você Gosta se desenvolve em dois polos, evidenciando um estilo duplo que permeará toda a história. De um lado, um duque e sua filha que usurpou o poder de outro e o baniu do reino; de outro, um irmão que, mesmo orientado pelo testamento do pai a cuidar do irmão mais novo, o trata como um mero empregado. É a partir desse conflito, e do descontentamento das personagens, que nasce o riso.

Shakespeare desenvolve o conceito de que o poder, movido por desejos pessoais, sempre corrompe, enquanto no desapegar dos bens – principalmente em encontro com a natureza – seria possível reencontrar-se uma harmonia. A peça retoma um dos conceitos primordiais do dramaturgo, que sempre fundamenta o palco como um exemplo da própria vida em que cada um, movido por seus atos e falas, é responsável por um enredo, dando voz a personagens que, dentro da sociedade, são periféricos – como o bobo da corte, a personagem mais sã e sábia da história, em analogia aos que se dizem nobres mas são os mais cegos do reino.

Seu estilo é simples, mas repleto de uma sutileza poética emocionante. Suas personagens possuem a língua afiada e sempre estão dispostas a nos presentear com reflexões breves sobre o momento em que estão. Escrito concentrado na ação e nas palavras das personagens, há poucas referências cênicas em suas peças, fazendo da leitura um espaço mais imaginativo para o leitor e, nos palcos, dando fluidez para que encenadores contemplem a cena da maneira que acharem mais conveniente.

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