Os Óculos De Heidegger

Os Óculos De Heidegger - Em 1920, durante um inverno como todos os outros, o filósofo Martin Heidegger olhou para seus óculos e sentiu-se alheio ao mundo familiar. Ele estava em seu gabinete em Freiburg, mais de cento e sessenta quilômetros ao sul de Berlim, olhando pela janela os galhos secos e espessos de um olmo. Sua esposa encontrava-se de pé a seu lado, servindo uma xícara de café.
Os raios de sol varavam a cortina de voile, lançando fachos sobre sua coroa de tranças louras, sobre a mesa escura e a xícara branca. De repente, um estorninho bateu contra a vidraça da janela e caiu lá fora. Heidegger pegou seus óculos para observar e, ao se inclinar, derramou o café. Sua esposa limpou a mesa com o avental, e ele limpou óculos com um lenço. Inesperadamente, ele olhou para as finas hastes douradas dos óculos e as duas lentes e não soube dizer para que serviam.


Como se nunca tivesse visto um par de óculos ou não soubesse como eram usados. Então, o mundo todo se tornou estranho: a árvore era uma confusão de formas, a janela manchada de sangue, uma figura oblonga flutuante, e, quando outro estorninho passou voando, ele viu somente a escuridão em movimento.
Em seu livro de estreia, Thaisa Frank apresenta uma história fantástica que tem como cenário a Operação Postal, programa nazista que obrigava os judeus enviados aos campos de concentração a escreverem cartas aos familiares ainda livres.
Em Os Óculos De Heidegger, o destino dessa correspondência é um bunker secreto, onde um grupo de intelectuais é orientado a responder às cartas dos familiares desses prisioneiros. O objetivo da missão era, por um lado, manter um registro da correspondência trocada no período e, por outro, garantir um sobrenatural plano de segurança: evitar que os espíritos dos mortos dedurassem a Solução Final nazista.
Certo dia, uma tarefa é passada pelo próprio Goebbels: responder a uma carta do filósofo Martin Heidegger para seu amigo e oculista Asher Englehardt, prisioneiro de Auschwitz. Diante da suspeita de que talvez a prosaica correspondência contenha algum tipo de mensagem cifrada que poderia desmantelar os planos do Terceiro Reich, os escribas e seus líderes se veem às voltas com o desafio de responder ao filósofo de uma forma que desencoraje uma nova troca de cartas e garanta a permanência tranquila dos confinados no local.
Os Óculos De Heidegger mescla filosofia com romance e mostra o valor da amizade em meio às piores adversidades. Frank reconstrói a paisagem da Alemanha nazista a partir de um ponto de vista original.

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Os Óculos De Heidegger – Em 1920, durante um inverno como todos os outros, o filósofo Martin Heidegger olhou para seus óculos e sentiu-se alheio ao mundo familiar. Ele estava em seu gabinete em Freiburg, mais de cento e sessenta quilômetros ao sul de Berlim, olhando pela janela os galhos secos e espessos de um olmo. Sua esposa encontrava-se de pé a seu lado, servindo uma xícara de café.
Os raios de sol varavam a cortina de voile, lançando fachos sobre sua coroa de tranças louras, sobre a mesa escura e a xícara branca. De repente, um estorninho bateu contra a vidraça da janela e caiu lá fora. Heidegger pegou seus óculos para observar e, ao se inclinar, derramou o café. Sua esposa limpou a mesa com o avental, e ele limpou óculos com um lenço. Inesperadamente, ele olhou para as finas hastes douradas dos óculos e as duas lentes e não soube dizer para que serviam.
Como se nunca tivesse visto um par de óculos ou não soubesse como eram usados. Então, o mundo todo se tornou estranho: a árvore era uma confusão de formas, a janela manchada de sangue, uma figura oblonga flutuante, e, quando outro estorninho passou voando, ele viu somente a escuridão em movimento.
Em seu livro de estreia, Thaisa Frank apresenta uma história fantástica que tem como cenário a Operação Postal, programa nazista que obrigava os judeus enviados aos campos de concentração a escreverem cartas aos familiares ainda livres.
Em Os Óculos De Heidegger, o destino dessa correspondência é um bunker secreto, onde um grupo de intelectuais é orientado a responder às cartas dos familiares desses prisioneiros. O objetivo da missão era, por um lado, manter um registro da correspondência trocada no período e, por outro, garantir um sobrenatural plano de segurança: evitar que os espíritos dos mortos dedurassem a Solução Final nazista.
Certo dia, uma tarefa é passada pelo próprio Goebbels: responder a uma carta do filósofo Martin Heidegger para seu amigo e oculista Asher Englehardt, prisioneiro de Auschwitz. Diante da suspeita de que talvez a prosaica correspondência contenha algum tipo de mensagem cifrada que poderia desmantelar os planos do Terceiro Reich, os escribas e seus líderes se veem às voltas com o desafio de responder ao filósofo de uma forma que desencoraje uma nova troca de cartas e garanta a permanência tranquila dos confinados no local.
Os Óculos De Heidegger mescla filosofia com romance e mostra o valor da amizade em meio às piores adversidades. Frank reconstrói a paisagem da Alemanha nazista a partir de um ponto de vista original.

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