Frágeis Deuses

Em Frágeis Deuses autora demonstra o potencial da aplicação do que se poderia chamar de métodos 'clássicos' da pesquisa antropológica para além dos contextos sociais mais comumente explorados.
A 'comunidade' estudada por Deslandes, cujos atores vêem-se interligados pela questão da violência, mescla uma composição ímpar, incluindo médicos, baleados, enfermeiros, esfaqueados, bombeiros, atropelados, entre outros.


É uma 'comunidade' com características bastante particulares, como o intenso fluxo, a imensa tensão e a vivência de experiências-limite, mas ainda assim profundamente informadora sobre a realidade contemporânea brasileira.

A violência ocupa diariamente as manchetes em todos os jornais. São assassinatos, escândalos econômicos, corrupções milionárias, mortes anônimas, chacinas com requintes de crueldade, compondo um trágico painel.
Banalizada e constante, a violência tornou-se mercadoria para a mídia, os políticos e a ‘indústria de segurança’. Muitas vezes é cruelmente ‘útil’ para que se vendam idéias de seletividade social e racial, para que se aprovem ‘pacotes de segurança’ e para que se tornem famosas propostas de lei com o objetivo de instituir medidas repressivas sob a alegação de resgate da ordem social.
Todavia, não podemos sucumbir a um viés utilitarista. Ao mesmo tempo que ameaça e atemoriza, nutrindo o imaginário social de medo e fatalidade, a violência também desencadeia tolerância, movimentos de solidariedade e reivindicações em prol da ética e da valorização da vida.
O pressuposto central de Frágeis Deuses é que a violência ultrapassa, com sua complexidade, os limites dados pela lógica de controle de enfermidades, constituindo um desafio singular ao campo da saúde.
Portanto, a criação de programas ou políticas voltadas para a atuação do setor diante da violência necessita incorporar a dimensão dos sujeitos que a vivenciam. Penso que é preciso analisar a violência a partir de sua imersão no cotidiano dos sujeitos e organizações, em determinadas lógicas políticas, administrativas, culturais e grupais e nas regras sociais que a banalizam.
Pretendo de alguma forma contribuir para a consolidação de propostas e políticas sociais de enfrentamento da violência, incorporando um conhecimento que resgate a intersubjetividade e valorize a dimensão da alteridade.

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Em Frágeis Deuses autora demonstra o potencial da aplicação do que se poderia chamar de métodos ‘clássicos’ da pesquisa antropológica para além dos contextos sociais mais comumente explorados.
A ‘comunidade’ estudada por Deslandes, cujos atores vêem-se interligados pela questão da violência, mescla uma composição ímpar, incluindo médicos, baleados, enfermeiros, esfaqueados, bombeiros, atropelados, entre outros.
É uma ‘comunidade’ com características bastante particulares, como o intenso fluxo, a imensa tensão e a vivência de experiências-limite, mas ainda assim profundamente informadora sobre a realidade contemporânea brasileira.

A violência ocupa diariamente as manchetes em todos os jornais. São assassinatos, escândalos econômicos, corrupções milionárias, mortes anônimas, chacinas com requintes de crueldade, compondo um trágico painel.
Banalizada e constante, a violência tornou-se mercadoria para a mídia, os políticos e a ‘indústria de segurança’. Muitas vezes é cruelmente ‘útil’ para que se vendam idéias de seletividade social e racial, para que se aprovem ‘pacotes de segurança’ e para que se tornem famosas propostas de lei com o objetivo de instituir medidas repressivas sob a alegação de resgate da ordem social.
Todavia, não podemos sucumbir a um viés utilitarista. Ao mesmo tempo que ameaça e atemoriza, nutrindo o imaginário social de medo e fatalidade, a violência também desencadeia tolerância, movimentos de solidariedade e reivindicações em prol da ética e da valorização da vida.
O pressuposto central de Frágeis Deuses é que a violência ultrapassa, com sua complexidade, os limites dados pela lógica de controle de enfermidades, constituindo um desafio singular ao campo da saúde.
Portanto, a criação de programas ou políticas voltadas para a atuação do setor diante da violência necessita incorporar a dimensão dos sujeitos que a vivenciam. Penso que é preciso analisar a violência a partir de sua imersão no cotidiano dos sujeitos e organizações, em determinadas lógicas políticas, administrativas, culturais e grupais e nas regras sociais que a banalizam.
Pretendo de alguma forma contribuir para a consolidação de propostas e políticas sociais de enfrentamento da violência, incorporando um conhecimento que resgate a intersubjetividade e valorize a dimensão da alteridade.

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