O Atendimento Socioassistencial Para Crianças E Adolescentes

O Estatuto da Criança e do Adolescente emergiu na cena democratizante pela qual atravessava o país ao final dos anos 1980 como grande promessa. Muitos sonhos e esperanças foram depositados nesse novo arranjo, no qual a criança foi pensada como sujeito de direitos, pessoa em desenvolvimento e prioridade absoluta.

Mas é chegada a hora, ou mesmo já passa da hora, de indagarmos sobre as ilusões que abrigou ou que ajudou a desfazer, o tipo de atuação profissional que facilitou ou impediu, bem como as forças que afirmou e as capturas que tornou possível. Sobretudo, se as políticas públicas da infância foram pensadas e implementadas sob o marco da proteção integral e dos direitos humanos.
O tema do protagonismo social da Psicologia como ciência e profissão, focalizando de modo explícito as implicações éticas e políticas de sua produção de conhecimentos científicos e de técnicas de intervenção, vem sendo intensamente problematizado ao longo das últimas décadas. A Psicologia, que inicialmente era predominantemente um saber e uma técnica comprometida com os interesses da elite brasileira, tem passado por uma intensa revisão autocrítica, passando a desenvolver outras tecnologias voltadas para o compromisso social. A Psicologia como profissão, hegemonicamente centrada no modelo clínico tradicional, tem sofrido impactos positivos e críticos do pensamento dialético marxista, do institucionalismo e também do pensamento de Foucault, Deleuze e Guattari, e, se parte da categoria não se questiona, outra vem fazendo caso das objeções propostas, buscando superar os limites disciplinares da Psicologia.
A Psicologia é uma importante tecnologia social de produção de realidade social: ela não é apenas uma área do conhecimento científico que busca fazer o “bem”. Um excelente trabalho que busca problematizar a Psicologia como ciência e como profissão foi realizado por Ferreira Neto. Também problematizamos a excessiva psicologização da vida contemporânea, perguntando: como se aceita com naturalidade – inclusive solicitando-se com avidez – uma psicologização prescritiva da existência humana e a demanda crescente por sofisticação e desenvolvimento psicológico para pessoas normais?

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O Estatuto da Criança e do Adolescente emergiu na cena democratizante pela qual atravessava o país ao final dos anos 1980 como grande promessa. Muitos sonhos e esperanças foram depositados nesse novo arranjo, no qual a criança foi pensada como sujeito de direitos, pessoa em desenvolvimento e prioridade absoluta. Mas é chegada a hora, ou mesmo já passa da hora, de indagarmos sobre as ilusões que abrigou ou que ajudou a desfazer, o tipo de atuação profissional que facilitou ou impediu, bem como as forças que afirmou e as capturas que tornou possível. Sobretudo, se as políticas públicas da infância foram pensadas e implementadas sob o marco da proteção integral e dos direitos humanos.
O tema do protagonismo social da Psicologia como ciência e profissão, focalizando de modo explícito as implicações éticas e políticas de sua produção de conhecimentos científicos e de técnicas de intervenção, vem sendo intensamente problematizado ao longo das últimas décadas. A Psicologia, que inicialmente era predominantemente um saber e uma técnica comprometida com os interesses da elite brasileira, tem passado por uma intensa revisão autocrítica, passando a desenvolver outras tecnologias voltadas para o compromisso social. A Psicologia como profissão, hegemonicamente centrada no modelo clínico tradicional, tem sofrido impactos positivos e críticos do pensamento dialético marxista, do institucionalismo e também do pensamento de Foucault, Deleuze e Guattari, e, se parte da categoria não se questiona, outra vem fazendo caso das objeções propostas, buscando superar os limites disciplinares da Psicologia.
A Psicologia é uma importante tecnologia social de produção de realidade social: ela não é apenas uma área do conhecimento científico que busca fazer o “bem”. Um excelente trabalho que busca problematizar a Psicologia como ciência e como profissão foi realizado por Ferreira Neto. Também problematizamos a excessiva psicologização da vida contemporânea, perguntando: como se aceita com naturalidade – inclusive solicitando-se com avidez – uma psicologização prescritiva da existência humana e a demanda crescente por sofisticação e desenvolvimento psicológico para pessoas normais?

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