A Existência Do Deus Criador Em Tomás De Aquino

O pequerrucho Tomás, no Mosteiro de Monte Cassino, teria perguntado a um abade: “Quem é Deus?”. Ora, toda a sua vida e obra foram inteiramente dedicadas a responder a esta pergunta.

Seu itinerário passou a ser conhecer a Deus para transmiti-lo aos outros. Sob este aspecto do pensamento do Aquinate, fala-nos Mondin:
Tomás coloca, portanto, a filosofia a serviço da verdade e esta a serviço de Deus. “Toda a obra de Tomás está voltada para um único fim que é a majestade de Deus” (Euken). Este caráter religioso patenteia-se acima de tudo na aspiração a um conhecimento sempre mais profundo de Deus. A questão “quem é Deus” foi o motivo e o lema que caracterizaram toda a obra de Tomás de Aquino.
Quando trata de Deus, Tomás não é mero aluno de Aristóteles. Também não se contenta em seguir, pura e simplesmente, Agostinho ou Anselmo. Ao falar de Deus Tomás é ele mesmo. Desta feita, o que há de mais original na obra do Aquinate é a sua teologia natural, coroa da sua metafísica: “[...] em metafísica santo Tomás não é mero repetidor de Aristóteles (como ensinavam Caietano e tantos outros exímios comentadores), mas um genial inovador”.
Decerto que é pouco o que a filosofia nos pode dizer sobre Deus. Deveras a razão oferece-nos um conhecimento bastante débil das coisas divinas, conforme a assertiva do próprio Aquino: “A razão humana é muito deficiente no conhecimento das realidades divinas”.
Contudo, a excelência de um conhecimento não se mede apenas pelo grau de certeza que adquirimos a respeito do seu objeto, mas também e, sobretudo, pela eminência e dignidade deste objeto. É o que pondera o Aquinate:
Deve-se dizer que como diz o Filósofo, “um conhecimento é preferível a outro ou porque é de coisas mais nobres ou porque é mais certo”.
Portanto, se as matérias se igualam em bondade e nobreza, será maior a virtude que oferecer mais certeza. Mas a menos certa e, no entanto, ligada a coisas mais altas e maiores, é preferível à que é mais certa, mas ligada a coisas inferiores. Por essa razão diz o Filósofo que é importante poder saber algo das realidades celestes, ainda que por uma razão débil e provável. E ele acrescenta, em outro lugar:
“É mais agradável conhecer pouco de coisas mais nobres do que saber muito de coisas não nobres”.
[...] Mas esse pequeno conhecimento que se pode ter dele (Deus) pela sabedoria é preferível a qualquer outro saber.

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O pequerrucho Tomás, no Mosteiro de Monte Cassino, teria perguntado a um abade: “Quem é Deus?”. Ora, toda a sua vida e obra foram inteiramente dedicadas a responder a esta pergunta. Seu itinerário passou a ser conhecer a Deus para transmiti-lo aos outros. Sob este aspecto do pensamento do Aquinate, fala-nos Mondin:
Tomás coloca, portanto, a filosofia a serviço da verdade e esta a serviço de Deus. “Toda a obra de Tomás está voltada para um único fim que é a majestade de Deus” (Euken). Este caráter religioso patenteia-se acima de tudo na aspiração a um conhecimento sempre mais profundo de Deus. A questão “quem é Deus” foi o motivo e o lema que caracterizaram toda a obra de Tomás de Aquino.
Quando trata de Deus, Tomás não é mero aluno de Aristóteles. Também não se contenta em seguir, pura e simplesmente, Agostinho ou Anselmo. Ao falar de Deus Tomás é ele mesmo. Desta feita, o que há de mais original na obra do Aquinate é a sua teologia natural, coroa da sua metafísica: “[…] em metafísica santo Tomás não é mero repetidor de Aristóteles (como ensinavam Caietano e tantos outros exímios comentadores), mas um genial inovador”.
Decerto que é pouco o que a filosofia nos pode dizer sobre Deus. Deveras a razão oferece-nos um conhecimento bastante débil das coisas divinas, conforme a assertiva do próprio Aquino: “A razão humana é muito deficiente no conhecimento das realidades divinas”.
Contudo, a excelência de um conhecimento não se mede apenas pelo grau de certeza que adquirimos a respeito do seu objeto, mas também e, sobretudo, pela eminência e dignidade deste objeto. É o que pondera o Aquinate:
Deve-se dizer que como diz o Filósofo, “um conhecimento é preferível a outro ou porque é de coisas mais nobres ou porque é mais certo”.
Portanto, se as matérias se igualam em bondade e nobreza, será maior a virtude que oferecer mais certeza. Mas a menos certa e, no entanto, ligada a coisas mais altas e maiores, é preferível à que é mais certa, mas ligada a coisas inferiores. Por essa razão diz o Filósofo que é importante poder saber algo das realidades celestes, ainda que por uma razão débil e provável. E ele acrescenta, em outro lugar:
“É mais agradável conhecer pouco de coisas mais nobres do que saber muito de coisas não nobres”.
[…] Mas esse pequeno conhecimento que se pode ter dele (Deus) pela sabedoria é preferível a qualquer outro saber.

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