Apolônio, O Multiplicador

Apolônio, O Multiplicador contaa história desse personagem em suas andanças num Brasil marcado por garimpos, jagunços, ignorância, religião.

Aos nove anos de idade, tive o privilégio de conhecer Apolônio Brito e sua família. Para mim, ele era não só o pastor da Igreja Batista Missionária, no bairro do Banco Raso, e respeitado educador na cidade de Itabuna, no Sul da Bahia.

Era alguém carismático e bondoso, de quem muito me aproximei, tornando-me, inclusive, amigo dos seus filhos. Aliás, grande parte daquela infância nos anos de 1970 foi vivida no seu sítio em Una-BA, onde pescávamos tucunaré, comíamos pitu, jaca e tomávamos banho de rio.

Trinta e três anos depois, vi-me compungido por mim próprio a escrever sobre aquele homem que conheço desde a infância. Entendo, pois, que sua extraordinária trajetória de vida tem sido um exemplo de determinação, coragem e esperança para minha geração e certamente o será para as próximas.

Do sertão do Maranhão ao Rio de Janeiro, e de lá para o Sul da Bahia, Apolônio fundou igrejas e escolas, conheceu riqueza e pobreza, recebeu críticas e honras, estudou teologia (no Rio), filosofia (na Bahia) e sabedoria na escola da vida, cuja primeira professora foi sua mãe, Crecência, que fora proibida de estudar.

Assim, oriundo do reino da rusticidade e da injustiça, Apolônio se tornou um ilustre mensageiro do Reino da Justiça e do Amor, sua marca maior.

Em Apolônio, O Multiplicador, tento reproduzir (conforme ele mesmo me contou) a história desse personagem (e dessa personalidade) em suas andanças num Brasil marcado por garimpos, jagunços, ignorância, religião e desmandos nas terras do Maranhão, Pará, Goiás e Piauí, como se percebe nos primeiros capítulos do livro.

Nos capítulos subsequentes, acerca do Rio de Janeiro, observa-se sua experiência com o “progresso” proveniente da industrialização, somado à presunção da “civilização do cacau”, no Sul da Bahia.

Como pano de fundo, as disputas de poder entre católicos e protestantes, os conflitos entre religiosidade e liberdade, ostentação e sabedoria, fartura e miséria, as diferentes formas de luta pela vida e pelo respeito ao que se é.

No que tange à formatação deste livro, por muito fiquei em dúvida acerca de como desenvolvê-lo. Além da minha não grande familiaridade com trabalhos em prosa, percebi que as palavras do personagem eram vivas demais para que eu as alterasse significativamente ou tentasse torná-las minhas.

São, pois, originalmente simples e trazem consigo o cheiro do campo, do mato, jeito de ser de um povo. A propósito, na condição de supostamente urbano, rendi-me à singularidade das expressões idiomáticas, dos provérbios populares, do sotaque rural que Apolônio preserva como forma inconfundivelmente identitária.

Portanto, creio que meu labor aqui tenha sido mais o de um organizador de textos, numa reescrita, um burilador de joias ou talvez um descobridor de tesouros.

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Apolônio, O Multiplicador contaa história desse personagem em suas andanças num Brasil marcado por garimpos, jagunços, ignorância, religião.

Aos nove anos de idade, tive o privilégio de conhecer Apolônio Brito e sua família. Para mim, ele era não só o pastor da Igreja Batista Missionária, no bairro do Banco Raso, e respeitado educador na cidade de Itabuna, no Sul da Bahia.

Era alguém carismático e bondoso, de quem muito me aproximei, tornando-me, inclusive, amigo dos seus filhos. Aliás, grande parte daquela infância nos anos de 1970 foi vivida no seu sítio em Una-BA, onde pescávamos tucunaré, comíamos pitu, jaca e tomávamos banho de rio.

Trinta e três anos depois, vi-me compungido por mim próprio a escrever sobre aquele homem que conheço desde a infância. Entendo, pois, que sua extraordinária trajetória de vida tem sido um exemplo de determinação, coragem e esperança para minha geração e certamente o será para as próximas.

Do sertão do Maranhão ao Rio de Janeiro, e de lá para o Sul da Bahia, Apolônio fundou igrejas e escolas, conheceu riqueza e pobreza, recebeu críticas e honras, estudou teologia (no Rio), filosofia (na Bahia) e sabedoria na escola da vida, cuja primeira professora foi sua mãe, Crecência, que fora proibida de estudar.

Assim, oriundo do reino da rusticidade e da injustiça, Apolônio se tornou um ilustre mensageiro do Reino da Justiça e do Amor, sua marca maior.

Em Apolônio, O Multiplicador, tento reproduzir (conforme ele mesmo me contou) a história desse personagem (e dessa personalidade) em suas andanças num Brasil marcado por garimpos, jagunços, ignorância, religião e desmandos nas terras do Maranhão, Pará, Goiás e Piauí, como se percebe nos primeiros capítulos do livro.

Nos capítulos subsequentes, acerca do Rio de Janeiro, observa-se sua experiência com o “progresso” proveniente da industrialização, somado à presunção da “civilização do cacau”, no Sul da Bahia.

Como pano de fundo, as disputas de poder entre católicos e protestantes, os conflitos entre religiosidade e liberdade, ostentação e sabedoria, fartura e miséria, as diferentes formas de luta pela vida e pelo respeito ao que se é.

No que tange à formatação deste livro, por muito fiquei em dúvida acerca de como desenvolvê-lo. Além da minha não grande familiaridade com trabalhos em prosa, percebi que as palavras do personagem eram vivas demais para que eu as alterasse significativamente ou tentasse torná-las minhas.

São, pois, originalmente simples e trazem consigo o cheiro do campo, do mato, jeito de ser de um povo. A propósito, na condição de supostamente urbano, rendi-me à singularidade das expressões idiomáticas, dos provérbios populares, do sotaque rural que Apolônio preserva como forma inconfundivelmente identitária.

Portanto, creio que meu labor aqui tenha sido mais o de um organizador de textos, numa reescrita, um burilador de joias ou talvez um descobridor de tesouros.

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