Cantos Do Pássaro Encantado

Cantos do Pássaro Encantado é uma reunião de crônicas sobre as fases do amor, desde o encantamento inicial, quando tudo é sonho e os olhos dos amantes só existem para o outro, até o fim melancólico de uma história que, por diversas razões, ou sem razão alguma, não pode mais existir.


Mas Rubem Alves nos mostra, com a maestria que lhe é peculiar, que ainda há esperança e que, após a morte do amor, sempre há a possibilidade de ressurreição.
Permeando o texto com experiências vividas e sofridas, Rubem Alves nos presenteia com um livro que é uma tradução apaixonada de seus amores, em todo seu enredo de vida, morte e ressurreição.
O que acontece na alma e no corpo de um ator quando está representando um papel? Shakespeare se assombrava com essa questão. Eis o que ele escreveu:
Não é incrível que um ator, por uma simples ficção, um sonho apaixonado, amolde tanto sua alma à imaginação que todo se lhe transfigure o semblante, por completo o rosto lhe empalideça, lágrimas vertam de seus olhos, suas palavras tremam e inteiro seu organismo se acomode a essa mera ficção? (Hamlet, ato 2º, cena II)
Em outras palavras, o ator é literalmente “possuído” pela ficção, e aquilo que não existe passa a existir na sua alma e no seu corpo, e na alma e no corpo daqueles que participam do seu ato de representação. Estamos aqui no mundo da magia.
Isso acontece também com o escritor. Ele pensa os personagens, mas, para que estes fiquem vivos, é preciso que o autor seja possuído pela ficção que ele mesmo inventou. Aí, então, sua escritura passa a ser escrita com sangue, como o disse Nietzsche metaforicamente.
Murilo Mendes disse a mesma coisa por meio de outra metáfora, mais forte, no livro A idade do serrote: “Quando eu não era antropófago, quando eu não devorava livros, pois os livros não são feitos com a carne e o sangue dos que os escrevem?”.
Escrever é um ato de antropofagia: o escritor se transforma em palavras escritas com sangue, para ser, em seguida, devorado por aqueles que o leem. De novo estamos no reino da feitiçaria. A um texto escrito com sangue, podem-se aplicar as palavras do evangelho “hoc est corpus meum” – este é o meu corpo.

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Cantos do Pássaro Encantado é uma reunião de crônicas sobre as fases do amor, desde o encantamento inicial, quando tudo é sonho e os olhos dos amantes só existem para o outro, até o fim melancólico de uma história que, por diversas razões, ou sem razão alguma, não pode mais existir.
Mas Rubem Alves nos mostra, com a maestria que lhe é peculiar, que ainda há esperança e que, após a morte do amor, sempre há a possibilidade de ressurreição.
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O que acontece na alma e no corpo de um ator quando está representando um papel? Shakespeare se assombrava com essa questão. Eis o que ele escreveu:
Não é incrível que um ator, por uma simples ficção, um sonho apaixonado, amolde tanto sua alma à imaginação que todo se lhe transfigure o semblante, por completo o rosto lhe empalideça, lágrimas vertam de seus olhos, suas palavras tremam e inteiro seu organismo se acomode a essa mera ficção? (Hamlet, ato 2º, cena II)
Em outras palavras, o ator é literalmente “possuído” pela ficção, e aquilo que não existe passa a existir na sua alma e no seu corpo, e na alma e no corpo daqueles que participam do seu ato de representação. Estamos aqui no mundo da magia.
Isso acontece também com o escritor. Ele pensa os personagens, mas, para que estes fiquem vivos, é preciso que o autor seja possuído pela ficção que ele mesmo inventou. Aí, então, sua escritura passa a ser escrita com sangue, como o disse Nietzsche metaforicamente.
Murilo Mendes disse a mesma coisa por meio de outra metáfora, mais forte, no livro A idade do serrote: “Quando eu não era antropófago, quando eu não devorava livros, pois os livros não são feitos com a carne e o sangue dos que os escrevem?”.
Escrever é um ato de antropofagia: o escritor se transforma em palavras escritas com sangue, para ser, em seguida, devorado por aqueles que o leem. De novo estamos no reino da feitiçaria. A um texto escrito com sangue, podem-se aplicar as palavras do evangelho “hoc est corpus meum” – este é o meu corpo.

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