Rap E Política

Roberto Camargos – Rap E Política: Percepções Da Vida Social Brasileira

Tudo é política. Não há sinais de vida fora do planeta Política. O apoliticismo é uma forma de participação pela omissão. A periferia respira política. São afirmações que perpassam, não necessariamente nessas palavras, toda a extensão deste Rap e política, de Roberto Camargos.

O fazer musical é político, trate-se da música alienada de Roberto Carlos ou da música engajada dos rappers brasileiros. Rap e política analisa o exercício político cotidiano desses últimos, que formam uma comunidade musical ainda hoje marginalizada por inúmeras razões, entre elas a consciência e a autoafirmação constante de seu engajamento, para além dos ditames da indústria cultural, que apregoa a música como mero entretenimento, ou da indústria informativa, que repele qualquer forma de engajamento como chatice panfletária.
Interessado em observar o mundo “de baixo para cima” e não dos mesmos postos de poder de sempre, Roberto Camargos explica com sutileza por que é que o rap, entre tantos outros gêneros musicais, digamos, populares, incomoda tanta gente, irrita tanta sensibilidade, exaspera tanto crítico musical e insulta tanto senso comum “de cima para baixo” – mesmo hoje, 2015, depois de décadas de acúmulo histórico e de adventos fora-e-dentro da indústria cultural, como os dos ícones pop Criolo e Emicida.
Se tudo é política e todos nós fazemos política 24 horas por dia, o autor de Rap e política não haveria de constituir exceção à regra. Assim como seu objeto de estudo, também a obra de Roberto é 100% política. Isso transparece exemplarmente na seleção de amostras musicais que ele recolhe e analisa, usando olhos e ouvidos independentes e alheios aos lobbies e vícios institucionais dos parques industriais da música e do jornalismo. Racionais MC’s, Thaíde, MV Bill, Rappin’ Hood e Marcelo D2 estão aqui, mas o que destaca e enriquece a análise de Roberto é a profusão de vozes polifônicas – sistematicamente ignoradas por nossas instituições culturais, orientadas “de cima para baixo” – de rappers maranhenses, goianos, baianos, mato-grossenses, gaúchos, pernambucanos, paulistas, mineiros, catarinenses, brasilienses... O autor quer compreender não o rap de acordo com fulano ou sicrana, mas sim os raps brasileiros, assim com S, no plural. E isso também é política (e rap), no sentido mais nobre do termo.

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Interessado em observar o mundo “de baixo para cima” e não dos mesmos postos de poder de sempre, Roberto Camargos explica com sutileza por que é que o rap, entre tantos outros gêneros musicais, digamos, populares, incomoda tanta gente, irrita tanta sensibilidade, exaspera tanto crítico musical e insulta tanto senso comum “de cima para baixo” – mesmo hoje, 2015, depois de décadas de acúmulo histórico e de adventos fora-e-dentro da indústria cultural, como os dos ícones pop Criolo e Emicida.
Se tudo é política e todos nós fazemos política 24 horas por dia, o autor de Rap e política não haveria de constituir exceção à regra. Assim como seu objeto de estudo, também a obra de Roberto é 100% política. Isso transparece exemplarmente na seleção de amostras musicais que ele recolhe e analisa, usando olhos e ouvidos independentes e alheios aos lobbies e vícios institucionais dos parques industriais da música e do jornalismo. Racionais MC’s, Thaíde, MV Bill, Rappin’ Hood e Marcelo D2 estão aqui, mas o que destaca e enriquece a análise de Roberto é a profusão de vozes polifônicas – sistematicamente ignoradas por nossas instituições culturais, orientadas “de cima para baixo” – de rappers maranhenses, goianos, baianos, mato-grossenses, gaúchos, pernambucanos, paulistas, mineiros, catarinenses, brasilienses… O autor quer compreender não o rap de acordo com fulano ou sicrana, mas sim os raps brasileiros, assim com S, no plural. E isso também é política (e rap), no sentido mais nobre do termo.

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