As Vestes Da Boa Morte

Quase sempre, os discursos sobre a moda a relacionam com o universo do consumo, com a dinâmica distintiva que ela corrobora, com o culto à sedução, bem como à sua estreita relação com a beleza, com a descartabilidade e com o excesso.


Vista, ainda no século XXI, como algo relacionada à futilidade e, principalmente, ao universo feminino, a moda, e por consequência as roupas, são consideradas como artefatos menores e pouco afeitos a grandes questionamentos e problematizações existenciais.
No entanto, além de ser uma das maiores áreas de empregabilidade e, portanto, de geração de renda, a moda e, mais especificamente, o setor do vestuário, é um importante campo para a tentativa de compreensão de alguns aspectos da existência humana. Não é por acaso que proliferam, na contemporaneidade, discursos sobre a moda como modo de vida, a consciência corporal e a importância da composição da aparência na constituição dos diferentes estilos de vida.
Imersos neste cenário, gostaríamos de chamar a atenção para a dimensão imaginária e afetiva das vestimentas e do ato de vestir. Em primeiro lugar, é preciso, de imediato, reconhecer que as roupas fazem parte da vida dos indivíduos. Mesmo para aqueles que proclamam a sua distância e a sua indiferença pelo vestuário e pela dinâmica da moda, as peças de roupas estão nos seus cotidianos, afi nal todos os indivíduos se vestem, cobrem o corpo com uma segunda pele que é a vestimenta.
As roupas guardam algo de cada um de nós, pois como diz Stallybrass “[...] a mágica da roupa está no fato de que ela nos recebe: recebe nosso cheiro, nosso suor; recebe até mesmo nossa forma”, ao que acrescenta: “As roupas recebem a marca humana”. E esse acolhimento faz com que elas tenham a capacidade de presentificar uma ausência, daí sua dimensão imaginária e afetiva. E também a sua relação com a memória.
É nesse sentido que as vestes da Boa Morte presentificam tradições, costumes e valores, bem como atualizam os mesmos, na medida em que também elas são ressignificadas, reformuladas...

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Quase sempre, os discursos sobre a moda a relacionam com o universo do consumo, com a dinâmica distintiva que ela corrobora, com o culto à sedução, bem como à sua estreita relação com a beleza, com a descartabilidade e com o excesso.
Vista, ainda no século XXI, como algo relacionada à futilidade e, principalmente, ao universo feminino, a moda, e por consequência as roupas, são consideradas como artefatos menores e pouco afeitos a grandes questionamentos e problematizações existenciais.
No entanto, além de ser uma das maiores áreas de empregabilidade e, portanto, de geração de renda, a moda e, mais especificamente, o setor do vestuário, é um importante campo para a tentativa de compreensão de alguns aspectos da existência humana. Não é por acaso que proliferam, na contemporaneidade, discursos sobre a moda como modo de vida, a consciência corporal e a importância da composição da aparência na constituição dos diferentes estilos de vida.
Imersos neste cenário, gostaríamos de chamar a atenção para a dimensão imaginária e afetiva das vestimentas e do ato de vestir. Em primeiro lugar, é preciso, de imediato, reconhecer que as roupas fazem parte da vida dos indivíduos. Mesmo para aqueles que proclamam a sua distância e a sua indiferença pelo vestuário e pela dinâmica da moda, as peças de roupas estão nos seus cotidianos, afi nal todos os indivíduos se vestem, cobrem o corpo com uma segunda pele que é a vestimenta.
As roupas guardam algo de cada um de nós, pois como diz Stallybrass “[…] a mágica da roupa está no fato de que ela nos recebe: recebe nosso cheiro, nosso suor; recebe até mesmo nossa forma”, ao que acrescenta: “As roupas recebem a marca humana”. E esse acolhimento faz com que elas tenham a capacidade de presentificar uma ausência, daí sua dimensão imaginária e afetiva. E também a sua relação com a memória.
É nesse sentido que as vestes da Boa Morte presentificam tradições, costumes e valores, bem como atualizam os mesmos, na medida em que também elas são ressignificadas, reformuladas…

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