Os Príncipes Do Destino

Os Príncipes Do Destino contam antigas histórias de seus antepassados. Eles acreditam que essas narrativas podem anunciar o futuro.

Na cultura africana, cada ser humano está sob a proteção de um dos dezesseis príncipes, o seu padrinho do destino, cuja missão era colecionar histórias.

No Brasil, os pais e mães-de-santo do candomblé são os sucessores dos príncipes africanos. É a partir desta premissa que o sociólogo Reginaldo Prandi reuniu os contos do livro, ilustrados por Paulo Monteiro.

Para escrever Os Príncipes do Destino, Prandi partiu do trabalho do professor Agenor Miranda Rocha, primeiro estudioso dos candomblés no Brasil. Mais precisamente, dos cadernos que Miranda Rocha escreveu a partir de 28 e ele organizou em "Caminhos de Odu".

Como mitos de qualquer outra origem, os afro-brasileiros também apresentam inúmeras variações. "Sendo a mitologia transmitida oralmente, ela pode sofrer alterações de um narrador para outro. Não tem o ditado que diz que quem conta um conto aumenta um ponto? Como "Os Príncipes do Destino" se baseia nas histórias contidas em "Caminhos de Odu", eu uso a versão que está nesta fonte", explica Prandi.

Os odus, na tradição iorubá, eram justamente príncipes contadores de histórias. "Há diversas tradições de candomblé no Brasil, as de origem iorubá ou nagô, as de origem fom ou jeje e as de origem banto ou angola-congo.

O candomblé que cultua os orixás é de origem iorubá (da Nigéria e do Benin)", e é este o mais conhecido e mais divulgado", continua Prandi.
"Não era de iorubás o maior contingente de escravos trazido para o Brasil, mas foram eles os últimos trazidos, quando os escravos já eram usados nas cidades e não mais eram dispersos nos campos e nas minas.

Por serem mais recentes e terem sido concentrados é que suas tradições puderam ser mais bem conservadas, em comparação com outras, que acabaram mais diluídas e esquecidas - daí que sua mitologia esteja muito perdida."

Os Príncipes do Destino está estruturado como se fosse uma só trama. Nela, os 16 odus se reúnem 16 vezes, a cada 16 dias, na casa de seu deus maior, Ifá, para contar histórias que teriam visto ou vivido. São esses relatos que Prandi reconta no livro.

Prandi diz que, escrevendo Os Príncipes do Destino, contou várias vezes as histórias para crianças, a fim de estabelecer a melhor forma para o livro e de usar "os enredos que poderiam chamar a atenção" do público mirim.

"Uso uma linguagem que acho mais acessível. Os mitos não têm uma forma definitiva, então me coloco como um contador de histórias, ponho as minhas ênfases. Crianças se interessam por detalhes. Se falo de comida, querem saber que gosto tem. Se um personagem subir numa árvore, querem saber como foi."

http://livrandante.com.br/contribuicao/caneca-menino-contador-de-historias-borda-alca-colorida/

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Os Príncipes Do Destino contam antigas histórias de seus antepassados. Eles acreditam que essas narrativas podem anunciar o futuro.

Na cultura africana, cada ser humano está sob a proteção de um dos dezesseis príncipes, o seu padrinho do destino, cuja missão era colecionar histórias.

No Brasil, os pais e mães-de-santo do candomblé são os sucessores dos príncipes africanos. É a partir desta premissa que o sociólogo Reginaldo Prandi reuniu os contos do livro, ilustrados por Paulo Monteiro.

Para escrever Os Príncipes do Destino, Prandi partiu do trabalho do professor Agenor Miranda Rocha, primeiro estudioso dos candomblés no Brasil. Mais precisamente, dos cadernos que Miranda Rocha escreveu a partir de 28 e ele organizou em “Caminhos de Odu“.

Como mitos de qualquer outra origem, os afro-brasileiros também apresentam inúmeras variações. “Sendo a mitologia transmitida oralmente, ela pode sofrer alterações de um narrador para outro. Não tem o ditado que diz que quem conta um conto aumenta um ponto? Como “Os Príncipes do Destino” se baseia nas histórias contidas em “Caminhos de Odu”, eu uso a versão que está nesta fonte”, explica Prandi.

Os odus, na tradição iorubá, eram justamente príncipes contadores de histórias. “Há diversas tradições de candomblé no Brasil, as de origem iorubá ou nagô, as de origem fom ou jeje e as de origem banto ou angola-congo.

O candomblé que cultua os orixás é de origem iorubá (da Nigéria e do Benin)”, e é este o mais conhecido e mais divulgado”, continua Prandi.
“Não era de iorubás o maior contingente de escravos trazido para o Brasil, mas foram eles os últimos trazidos, quando os escravos já eram usados nas cidades e não mais eram dispersos nos campos e nas minas.

Por serem mais recentes e terem sido concentrados é que suas tradições puderam ser mais bem conservadas, em comparação com outras, que acabaram mais diluídas e esquecidas – daí que sua mitologia esteja muito perdida.”

Os Príncipes do Destino está estruturado como se fosse uma só trama. Nela, os 16 odus se reúnem 16 vezes, a cada 16 dias, na casa de seu deus maior, Ifá, para contar histórias que teriam visto ou vivido. São esses relatos que Prandi reconta no livro.

Prandi diz que, escrevendo Os Príncipes do Destino, contou várias vezes as histórias para crianças, a fim de estabelecer a melhor forma para o livro e de usar “os enredos que poderiam chamar a atenção” do público mirim.

“Uso uma linguagem que acho mais acessível. Os mitos não têm uma forma definitiva, então me coloco como um contador de histórias, ponho as minhas ênfases. Crianças se interessam por detalhes. Se falo de comida, querem saber que gosto tem. Se um personagem subir numa árvore, querem saber como foi.”

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