O período helenístico testemunhou a ascensão de duas grandes civilizações, a grega e a romana. Apesar de ter florescido por apenas trezentos anos, sua contribuição para a história do mundo permanece viva até hoje. Foi uma era rica e hedonística, caracterizada por uma política sangrenta, violência militar e personagens fascinantes — monarcas cruéis e incestuosos, chefes guerreiros sedentos por glória, filósofos, cortesãs, libertinos, dramaturgos e muitos outros.
A abrangente pesquisa feita pelo historiador Peter Green cobre os principais temas e eventos ocorridos de 336 a 30 a.C.: a helenização de uma imensa faixa do mundo com as conquistas de Alexandre; a longa e caótica partilha de seu império; a queda da cidade-estado como a instituição política predominante; e, por fim, o momento de transição romana da República para o Império.
Em Alexandre, o Grande e o período helenístico, o autor narra os anos entre as mortes de Alexandre, o Grande, o maior conquistador do mundo, e de Cleópatra, a mais lendária rainha de todos os tempos, produzindo uma prosa vívida e elegante. É um livro sobre guerras e política do poder, sobre o desenvolvimento das artes, da ciência e da arte de governar, com reflexões que fazem a História Antiga parecer surpreendentemente relevante para os nossos tempos.
Até o fim do outono de 338, ano da grande vitória de Filipe sobre os estados gregos em Queroneia, Alexandre continuava sendo, como fora desde a adolescência, o príncipe coroado e sucessor designado por Filipe. Em 340, com apenas 16 anos, atuara como regente enquanto seu pai estava em campanha. Liderou a bem-sucedida carga de cavalaria em Queroneia, um feito que lhe rendeu uma aclamação pública do exército. Ele e sua mãe, Olímpia, estavam ambos incluídos entre as imagens da família — feitas de ouro e marfim, materiais até então reservados para retratar divindades — no curioso edifício circular que Filipe dedicou na cidade de Olímpia para celebrar sua vitória. Alexandre também foi um dos delegados que escoltaram de volta para Atenas as cinzas dos atenienses mortos (surpreendentemente, foi a única vez em que ele esteve lá).