P22 On: Fevereiro 2017

A implantação de grandes empreendimentos – como as hidrelétricas de Belo Monte e do Rio Madeira, a mineração da Alcoa em Juruti, no Pará, e a Transposição do Rio São Francisco, no Nordeste, para citar alguns exemplos

– afeta profundamente o ambiente e as sociedades que ali vivem, evocando debates muito atuais sobre o legado que essas obras deixam ou não para as regiões e também provocam reflexões sobre o que é desenvolvimento de forma geral.
Há quem veja o Estado como promotor exclusivo do dinamismo econômico e da mudança social, dois fatores que levam ao desenvolvimento. Outros defendem que esse papel cabe às forças do mercado. Já a perspectiva do desenvolvimento local escapa às armadilhas da dualidade: reconhece essas forças fundamentais e a ambas superpõe mais um elemento: as capacidades enraizadas em determinado espaço, que são manifestadas por atores locais – seus habitantes, sua rede de empresas, suas instituições governamentais, seu diversificado tecido social.
“Esses elementos articulados conformam arranjo único – entre instituições, empresas, mercados e governos – que dá identidade a um território e o torna ator fundamental do desenvolvimento. Supõe-se que seja através desse arranjo que uma realidade local, um território, pode reorientar, ajustar, fazer convergir as grandes forças do Estado e do mercado em prol de suas necessidades”, afirma o professor Francisco de Assis Costa, professor do Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do Pará (UFPA) e do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (Naea) nesta entrevista.
O objetivo do desenvolvimento local, portanto, vai muito além do crescimento econômico e da riqueza material proporcionada por vultosos investimentos em grandes obras de infraestrutura como as que temos em várias regiões do Brasil. Ao fim e ao cabo, almeja a distribuição de renda, a descentralização do poder e o protagonismo local, com o propósito final de promover bem-estar às pessoas que ali convivem.
É preciso dizer que as grandes obras são apenas um dos diversos contextos em que o desenvolvimento local pode ser debatido. Esse campo do conhecimento se aplica a muitas outras realidades locais, mas tal material escolheu o recorte específico dos grandes empreendimentos, objeto de análise do programa de Desenvolvimento Local do Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV-Eaesp (GVces), em longa trajetória de pesquisa aplicada e construção de indicadores.

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