Declaração Dos Direitos Da Mulher E Da Cidadã

A Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã de Olympe de Gouges (1791) é uma versão crítica da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão nascida da Revolução Francesa (1789), ela mesma inspiradora da Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948).


Marie Gouze, escritora com o pseudônimo de Olympe de Gouges, é uma humanista que luta pela igualdade dos seres humanos e a defesa dos oprimidos. O seu feminismo assume-se como uma das suas lutas pela libertação. Começa assim por construir a sua identidade, abandonando o nome do seu defunto marido e construindo o seu nome literário, recorrendo ao da sua mãe e a um patrônimo.
Decide-se por exprimir as suas reivindicações sob a forma declarativa, tal como os Pais Fundadores americanos e os Revolucionários franceses, a fim de torná-las efetivas, apesar de os seus numerosos panfletos não terem produzido, até lá, os efeitos desejados.
A Declaração de 1791 não é uma simples imitação da Declaração de 1789, onde a palavra Homem é apagada e substituída por Mulher. Olympe de Gouges inscreve a mulher até então esquecida, demonstrando, dessa forma, que a nação é efetivamente bissexuada e que a diferença sexual não pode ser um postulado em política, nem na prática da cidadania.
Autêntica reescrita do texto edificador, a referida Declaração reformula certos artigos, altera o modo de enunciação, acrescenta elementos através da frequência de interrogações oratórias, adota um tom polêmico, criando, assim, efeitos eficazes e interpelativos.
Desde o preâmbulo, Olympe de Gouges opta pela interrogação retórica na segunda pessoa do singular: "Homem, és capaz de ser justo?", o singular de Homem tendo por objetivo reforçar a pluralidade da apóstrofe. Mas a sua batalha é ainda mais árdua já que deve igualmente convencer as mulheres a segui-la e, no seu postâmbulo, lança um apelo – Mulher, acorda – até porque a hostilidade que Olympe de Gouges encontra frequentemente se traduz na oposição ou apatia de congêneres, deplorando-o no prefácio da peça Mirabeau aux Champs-Elysées (1791): "Mulheres nunca tiveram inimigos maiores que elas mesmas. Raramente se vê mulheres aplaudirem uma bela ação, a obra de uma mulher".

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A Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã de Olympe de Gouges (1791) é uma versão crítica da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão nascida da Revolução Francesa (1789), ela mesma inspiradora da Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948).
Marie Gouze, escritora com o pseudônimo de Olympe de Gouges, é uma humanista que luta pela igualdade dos seres humanos e a defesa dos oprimidos. O seu feminismo assume-se como uma das suas lutas pela libertação. Começa assim por construir a sua identidade, abandonando o nome do seu defunto marido e construindo o seu nome literário, recorrendo ao da sua mãe e a um patrônimo.
Decide-se por exprimir as suas reivindicações sob a forma declarativa, tal como os Pais Fundadores americanos e os Revolucionários franceses, a fim de torná-las efetivas, apesar de os seus numerosos panfletos não terem produzido, até lá, os efeitos desejados.
A Declaração de 1791 não é uma simples imitação da Declaração de 1789, onde a palavra Homem é apagada e substituída por Mulher. Olympe de Gouges inscreve a mulher até então esquecida, demonstrando, dessa forma, que a nação é efetivamente bissexuada e que a diferença sexual não pode ser um postulado em política, nem na prática da cidadania.
Autêntica reescrita do texto edificador, a referida Declaração reformula certos artigos, altera o modo de enunciação, acrescenta elementos através da frequência de interrogações oratórias, adota um tom polêmico, criando, assim, efeitos eficazes e interpelativos.
Desde o preâmbulo, Olympe de Gouges opta pela interrogação retórica na segunda pessoa do singular: “Homem, és capaz de ser justo?”, o singular de Homem tendo por objetivo reforçar a pluralidade da apóstrofe. Mas a sua batalha é ainda mais árdua já que deve igualmente convencer as mulheres a segui-la e, no seu postâmbulo, lança um apelo – Mulher, acorda – até porque a hostilidade que Olympe de Gouges encontra frequentemente se traduz na oposição ou apatia de congêneres, deplorando-o no prefácio da peça Mirabeau aux Champs-Elysées (1791): “Mulheres nunca tiveram inimigos maiores que elas mesmas. Raramente se vê mulheres aplaudirem uma bela ação, a obra de uma mulher”.

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