
Nicolai Hartmann – A Filosofia Do Idealismo Alemão
A série de filósofos que designamos por “idealistas alemães” , a avalancha de sistemas originais sobrepondo-se em catadupas, o encadeamento rico e imenso das controvérsias literárias, cujo conjunto representa para a posteridade a época do “idealismo alemão”, tudo isto constitui um movimento espiritual que dificilmente se pode equiparar, no que toca a concentração e elevação especulativa, a qualquer outro na História.
Começa na década de oitenta do século XVIII e prolonga-se, nas suas últimas ramificações, até à metade do século XIX. O seu apogeu recai no primeiro decênio do século XIX, no qual Fichte, infatigável criador, atinge a maturidade serena do seu desenvolvimento espiritual, o Schelling precocemente amadurecido publica os seus escritos mais significativos e eficientes, e Hegel, avançando vagarosamente, elabora a concepção fundamental do seu sistema gigantesco.
A capital deste mundo espiritual, fechado em si mesmo, é durante mais de duas décadas a Universidade de Lena, na qual, desde o primeiro aparecimento de Reinhold (1.787) até à partida de Hegel de Lena (1.808) , trabalham, ensinam e permutam animados pontos de vista pessoais os cérebros dirigentes do movimento. Mais tarde, encontra-se um segundo berço do movimento na Universidade de Berlim, recentemente fundada, onde Fichte, Schleiermacher e Hegel desenvolvem a sua atividade.
O que reúne os pensadores do idealismo alemão num grupo homogêneo , a despeito das oposições e pontos de discussão conscientes, é, em primeiro lugar, a posição do problema comum.
O ponto de partida para todos eles é a filosofia kantiana, cuja riqueza inesgotável produz sempre novas tentativas de solução para os problemas propostos.
Cada um destes pensadores em particular estuda-a intensamente, em profundidade, procura suprir as suas carências reais ou presumíveis , solucionar os problemas que se levantavam, levar a cabo as tarefas por ela iniciadas. A meta comum a todos é a criação dum vasto sistema de filosofia, rigorosamente homogêneo, baseado em fundamentos últimos e irrefutáveis.
Paira distintamente diante de todos o ideal daquela “metafísica futura” (künftige Metaphysik) para a qual o pensamento portentoso de Kant tinha só fornecido os prolegômenos . Em verdade, não lhes escapava inteiramente que Kant, nas últimas Críticas, já construíra os alicerces desta metafísica.












Respostas de 2
Bom dia! Não consigo baixar o pdf. Tem outra forma? Está dando: https://libgen.io/ads.php?md5=82F086C21F6D1FF159E435610AF51FD1 como erro!
Link consertado. Obrigado pelo aviso!