Mais Mulheres No Poder: Contribuição À Formação Política Das Mulheres

A história das mulheres é uma história de lutas e de combate às diferentes formas de manifestação das opressões. O que a literatura pertinente costuma definir como patriarcado, dominação de classe, dominação racial e dominação sexual está diretamente relacionado a estas experiências sociais e, mesmo hoje, diríamos que ainda estamos longe de tê-lo superado.


Para compreender porque as mulheres nos espaços institucionalizados da política e do poder, a exemplo do parlamento brasileiro, estão em desvantagem (e até excluídas), é necessário compreender primeiro porque as mulheres, de uma forma abrangente e generalizada, mesmo após três grandes ondas de conquistas feministas no país e uma recente entrada numa “quarta” onda, se encontram sistematicamente em desvantagem social, política, simbólica e econômica em relação aos homens.
Existem inúmeras teorias (feministas ou não) que pretendem explicar a permanência da subordinação e opressão contemporâneas das mulheres. Elementos que analisam as condições de emergência da supremacia masculina, patriarcal, branca e heterossexual em vários campos sociais e políticos estão distribuídos em muitos e diferentes enfoques teóricos e disciplinares. Há aqueles que acreditam que as organizações humanas nem sempre foram assim.
Alguns estudos antropológicos, por exemplo, indicam que no início da história da humanidade, as primeiras sociedades humanas eram matrilineares, coletivistas, tribais e nômades, organizando-se predominantemente em torno da figura materna/descendência feminina, uma vez que se desconhecia por completo a atuação masculina na reprodução. Papéis sexuais e sociais de homens e de mulheres não eram definidos rigidamente, as relações não eram monogâmicas e cabia a todos o cuidado das crianças.
Com a descoberta da agricultura, caça e fogo, as comunidades passaram a se fixar num determinado território e foi assim que os homens, a quem predominantemente cabia a função da caça, passaram a se vincular aos espaços externos do grupo, de “fora” e da “rua” e as mulheres (também de forma geral, embora não exclusiva), como a elas cabia o cultivo da terra, o preparo dos alimentos e o cuidado das crianças, permaneciam circunscritas aos afazeres domésticos e “privados” da “casa”. Uma vez conhecida a participação do homem na reprodução e, mais tarde, estabelecido o direito à propriedade privada, as relações teriam passado a ser predominantemente monogâmicas, criando-se a figura das famílias nucleares e patriarcais, a fim se de garantir o direito de propriedade e de herança aos filhos legítimos.

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A história das mulheres é uma história de lutas e de combate às diferentes formas de manifestação das opressões. O que a literatura pertinente costuma definir como patriarcado, dominação de classe, dominação racial e dominação sexual está diretamente relacionado a estas experiências sociais e, mesmo hoje, diríamos que ainda estamos longe de tê-lo superado.
Para compreender porque as mulheres nos espaços institucionalizados da política e do poder, a exemplo do parlamento brasileiro, estão em desvantagem (e até excluídas), é necessário compreender primeiro porque as mulheres, de uma forma abrangente e generalizada, mesmo após três grandes ondas de conquistas feministas no país e uma recente entrada numa “quarta” onda, se encontram sistematicamente em desvantagem social, política, simbólica e econômica em relação aos homens.
Existem inúmeras teorias (feministas ou não) que pretendem explicar a permanência da subordinação e opressão contemporâneas das mulheres. Elementos que analisam as condições de emergência da supremacia masculina, patriarcal, branca e heterossexual em vários campos sociais e políticos estão distribuídos em muitos e diferentes enfoques teóricos e disciplinares. Há aqueles que acreditam que as organizações humanas nem sempre foram assim.
Alguns estudos antropológicos, por exemplo, indicam que no início da história da humanidade, as primeiras sociedades humanas eram matrilineares, coletivistas, tribais e nômades, organizando-se predominantemente em torno da figura materna/descendência feminina, uma vez que se desconhecia por completo a atuação masculina na reprodução. Papéis sexuais e sociais de homens e de mulheres não eram definidos rigidamente, as relações não eram monogâmicas e cabia a todos o cuidado das crianças.
Com a descoberta da agricultura, caça e fogo, as comunidades passaram a se fixar num determinado território e foi assim que os homens, a quem predominantemente cabia a função da caça, passaram a se vincular aos espaços externos do grupo, de “fora” e da “rua” e as mulheres (também de forma geral, embora não exclusiva), como a elas cabia o cultivo da terra, o preparo dos alimentos e o cuidado das crianças, permaneciam circunscritas aos afazeres domésticos e “privados” da “casa”. Uma vez conhecida a participação do homem na reprodução e, mais tarde, estabelecido o direito à propriedade privada, as relações teriam passado a ser predominantemente monogâmicas, criando-se a figura das famílias nucleares e patriarcais, a fim se de garantir o direito de propriedade e de herança aos filhos legítimos.

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