Casa E Balcão: Os Caixeiros De Salvador (1890-1930)

Na Primeira República, Salvador continuava como o centro urbano mais importante da Bahia, escoadouro de sua produção agrícola. Uma conjuntura favorável aos preços de artigos primários de exportação estimulou as atividades mercantis da cidade que, ao longo daquele período, manter-se-ia zona portuária por excelência.

De tal circunstância, decorreriam os estímulos à multiplicidade dos empreendimentos comerciais, que agiam como elemento vital no conjunto das atividades urbanas.
O desenvolvimento industrial, ao contrário, apresentava-se negativo. Além de comparativamente baixa a capitalização deste setor, os investimentos nele realizados dependiam estreitamente das rendas oriundas do comércio, o que, de resto, também ocorria nas esferas bancária e securitária. Os ingressos realizados no Tesouro do Estado derivavam na sua maioria dos lucros proporcionados pelo comércio internacional.
Estamos, portanto, diante de uma economia essencialmente agro-mercantil, na qual se assentava uma sociedade de traços tradicionalistas A primeira indagação é sobre as posições ocupadas na Salvador da Primeira República pelas pessoas vinculadas às atividades que se constituíam em pólo de sua economia.
Os donos das casas comerciais tinham comportamentos que revelavam status social e força política condizentes com a sua posição econômica.
Mas qual o papel de seus empregados, os então chamados caixeiros? Como se comportavam em face de vários aspectos da vida da cidade?
A tradição oral conservou, por longo tempo, a figura idealizada do jovem empregado de armazém, loja ou escritório que, por árduo esforço, conseguia galgar o posto de negociante. Era a imagem otimista e exemplar do self-made-man.
Também frequentemente evocado é o caixeiro bem aprumado nos festejos cívicos ou bem vestido e jovial nos saraus em família e no Mês de Maria.
E, sem dúvida, a mais persistente lembrança era a que o fazia herdeiro da casa onde trabalhava, candidato fatal a sócio e genro do patrão.
Esses são alguns dos estereótipos que valores e interesses de setores dominantes se esforçavam em construir e que o tempo não conseguiria de todo apagar de certas representações mentais.
Entretanto, qual seria a sua dimensão? Qual o caixeiro genuíno?

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Na Primeira República, Salvador continuava como o centro urbano mais importante da Bahia, escoadouro de sua produção agrícola. Uma conjuntura favorável aos preços de artigos primários de exportação estimulou as atividades mercantis da cidade que, ao longo daquele período, manter-se-ia zona portuária por excelência. De tal circunstância, decorreriam os estímulos à multiplicidade dos empreendimentos comerciais, que agiam como elemento vital no conjunto das atividades urbanas.
O desenvolvimento industrial, ao contrário, apresentava-se negativo. Além de comparativamente baixa a capitalização deste setor, os investimentos nele realizados dependiam estreitamente das rendas oriundas do comércio, o que, de resto, também ocorria nas esferas bancária e securitária. Os ingressos realizados no Tesouro do Estado derivavam na sua maioria dos lucros proporcionados pelo comércio internacional.
Estamos, portanto, diante de uma economia essencialmente agro-mercantil, na qual se assentava uma sociedade de traços tradicionalistas A primeira indagação é sobre as posições ocupadas na Salvador da Primeira República pelas pessoas vinculadas às atividades que se constituíam em pólo de sua economia.
Os donos das casas comerciais tinham comportamentos que revelavam status social e força política condizentes com a sua posição econômica.
Mas qual o papel de seus empregados, os então chamados caixeiros? Como se comportavam em face de vários aspectos da vida da cidade?
A tradição oral conservou, por longo tempo, a figura idealizada do jovem empregado de armazém, loja ou escritório que, por árduo esforço, conseguia galgar o posto de negociante. Era a imagem otimista e exemplar do self-made-man.
Também frequentemente evocado é o caixeiro bem aprumado nos festejos cívicos ou bem vestido e jovial nos saraus em família e no Mês de Maria.
E, sem dúvida, a mais persistente lembrança era a que o fazia herdeiro da casa onde trabalhava, candidato fatal a sócio e genro do patrão.
Esses são alguns dos estereótipos que valores e interesses de setores dominantes se esforçavam em construir e que o tempo não conseguiria de todo apagar de certas representações mentais.
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