Abdicação De Pedro I: Derrota Do Absolutismo

O Rio de Janeiro estava mais tranquilo naquela sexta-feira, 11 de março de 1831.
Tranquilo na medida do possível. Há bastante tempo vinham ocorrendo no Rio de Janeiro tumultos, brigas, desordens. Havia sempre bofetões, pauladas, facadas, tiros, quando um grupo de brasileiros se encontrava com um de
portugueses.


O seminarista Joaquim Pedro sentia que estavam para ocorrer acontecimentos da maior gravidade para os rumos da vida brasileira e procurava entender direito o que acontecia.
Estava quase na porta do Seminário de São Joaquim quando viu um pequeno grupo de pessoas ouvindo com atenção um inflamado discurso:
– Vamos dar uma lição nesses “moleques”!
– dizia o orador, o rosto vermelho, a batina gasta e suja tremulando. – É preciso acabar com esses liberais. Temos de livrar nosso Imperador da Constituição. Viva o sistema monárquico absolutista!
Joaquim Pedro reconheceu imediatamente o padre Malheiros, um português apaixonado pela figura de Pedro I e membro destacado da influente sociedade Coluna do Trono e do Altar. Logo após o 7 de Setembro, o “partido português”, formado por aqueles que defendiam os interesses lusitanos no Brasil, cedeu o lugar a esta sociedade, cuja força era sentida no Rio de Janeiro.
Enquanto o padre Malheiros falava, os passantes iam parando. Chegaram alguns homens com chapéu de palha na cabeça, portando fitas verde-amarelas nos braços, sinais que os distinguiam como brasileiros de pai e mãe.
Foram aos poucos cercando o orador.
– Muito bem, padre Malheiros. O senhor está defendendo suas ideias, mas eu lhe peço que desocupe a passagem e siga seu caminho, pois este local é impróprio para discursos políticos.
Era a voz enérgica do Padre Reitor, que havia saído do Seminário disposto a dissolver a concentração e impedir desordens em seu domínio.
Talvez porque estivesse em minoria ou em respeito ao velho diretor do conhecido Seminário carioca, o padre Malheiros obedeceu e foi embora gesticulando.
– Menino, entre logo que você tem várias tarefas pela frente.
Joaquim Pedro obedeceu ao Padre Reitor, seu antigo professor e confessor. Foi reunir-se a outros seminaristas que se encontravam no pátio.

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O Rio de Janeiro estava mais tranquilo naquela sexta-feira, 11 de março de 1831.
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portugueses.
O seminarista Joaquim Pedro sentia que estavam para ocorrer acontecimentos da maior gravidade para os rumos da vida brasileira e procurava entender direito o que acontecia.
Estava quase na porta do Seminário de São Joaquim quando viu um pequeno grupo de pessoas ouvindo com atenção um inflamado discurso:
– Vamos dar uma lição nesses “moleques”!
– dizia o orador, o rosto vermelho, a batina gasta e suja tremulando. – É preciso acabar com esses liberais. Temos de livrar nosso Imperador da Constituição. Viva o sistema monárquico absolutista!
Joaquim Pedro reconheceu imediatamente o padre Malheiros, um português apaixonado pela figura de Pedro I e membro destacado da influente sociedade Coluna do Trono e do Altar. Logo após o 7 de Setembro, o “partido português”, formado por aqueles que defendiam os interesses lusitanos no Brasil, cedeu o lugar a esta sociedade, cuja força era sentida no Rio de Janeiro.
Enquanto o padre Malheiros falava, os passantes iam parando. Chegaram alguns homens com chapéu de palha na cabeça, portando fitas verde-amarelas nos braços, sinais que os distinguiam como brasileiros de pai e mãe.
Foram aos poucos cercando o orador.
– Muito bem, padre Malheiros. O senhor está defendendo suas ideias, mas eu lhe peço que desocupe a passagem e siga seu caminho, pois este local é impróprio para discursos políticos.
Era a voz enérgica do Padre Reitor, que havia saído do Seminário disposto a dissolver a concentração e impedir desordens em seu domínio.
Talvez porque estivesse em minoria ou em respeito ao velho diretor do conhecido Seminário carioca, o padre Malheiros obedeceu e foi embora gesticulando.
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