O Efeito Etnográfico E Outros Ensaios

Esta é uma coletânea inédita de dezesseis dos artigos mais influentes da antropóloga britânica Marilyn Strathern, publicados originalmente em revistas acadêmicas ou como capítulos de livros. Em outubro de 2009, após a conferência de abertura dada por Strathern no 33º Encontro Anual da Anpocs, em Caxambu (MG), nos encontramos e lhe propus esta publicação.
Vários dos textos da lista que apresentei na ocasião já constavam da bibliografia de cursos de pós-graduação em antropologia social daqui, uma vez que, como mostra a introdução que ela escreveu especialmente para este volume, havia um círculo de leitores brasileiros familiarizados com sua obra em inglês, ampliado com a publicação de O gênero da dádiva em 2006, pela editora da Unicamp. Outros artigos, desconhecidos no Brasil, foram sugeridos pela própria autora.
Strathern escreveu um número impressionante de livros e artigos sobre temas bastante diversos - as categorias etnográficas de doméstico e selvagem, gênero, parentesco, economias da dádiva versus economia da mercadoria, noção de pessoa, evento histórico, cultura material, técnicas de fertilização, direitos de propriedade intelectual, sem falar na constante reflexão sobre a própria antropologia - tendo todos eles em comum a vocação de desestabilizar conceitos naturalizados, sejam eles conceitos ontológicos "ocidentais" (como "natureza" e "cultura"), ou conceitos da disciplina antropológica (como "indivíduo" e "sociedade'', "sujeito" e "objeto"). A reflexividade - um dos legados da crítica pós-moderna que a autora reconhece - é parte constitutiva de sua obra, na medida em que ela toma, a si mesma e à sociedade da qual faz parte (inglesa, britânica, ocidental), como objeto de estudo lado a lado com os habitantes do monte Hagen na Papua-Nova Guiné, seu principal campo de pesquisa.
É no modo como ela pratica a comparação - que em nada se parece ao método comparativo exercido tradicionalmente pela antropologia -, aproximando ou, em seus termos, fazendo "conexões parciais", entre objetos de estudo, metodologias e modos de pensar aparentemente incomensuráveis que reside a originalidade de sua obra e sua contribuição crítica.

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Vários dos textos da lista que apresentei na ocasião já constavam da bibliografia de cursos de pós-graduação em antropologia social daqui, uma vez que, como mostra a introdução que ela escreveu especialmente para este volume, havia um círculo de leitores brasileiros familiarizados com sua obra em inglês, ampliado com a publicação de O gênero da dádiva em 2006, pela editora da Unicamp. Outros artigos, desconhecidos no Brasil, foram sugeridos pela própria autora.
Strathern escreveu um número impressionante de livros e artigos sobre temas bastante diversos – as categorias etnográficas de doméstico e selvagem, gênero, parentesco, economias da dádiva versus economia da mercadoria, noção de pessoa, evento histórico, cultura material, técnicas de fertilização, direitos de propriedade intelectual, sem falar na constante reflexão sobre a própria antropologia – tendo todos eles em comum a vocação de desestabilizar conceitos naturalizados, sejam eles conceitos ontológicos “ocidentais” (como “natureza” e “cultura”), ou conceitos da disciplina antropológica (como “indivíduo” e “sociedade”, “sujeito” e “objeto”). A reflexividade – um dos legados da crítica pós-moderna que a autora reconhece – é parte constitutiva de sua obra, na medida em que ela toma, a si mesma e à sociedade da qual faz parte (inglesa, britânica, ocidental), como objeto de estudo lado a lado com os habitantes do monte Hagen na Papua-Nova Guiné, seu principal campo de pesquisa.
É no modo como ela pratica a comparação – que em nada se parece ao método comparativo exercido tradicionalmente pela antropologia -, aproximando ou, em seus termos, fazendo “conexões parciais”, entre objetos de estudo, metodologias e modos de pensar aparentemente incomensuráveis que reside a originalidade de sua obra e sua contribuição crítica.

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