
No empenho de compreender como vem se dando a tensão entre a condição dos professores e dos estudantes que enfrentam o desafio da ruptura paradigmática e atuam na contramão dos processos hegemônicos de regulação foi desenvolvida uma pesquisa em duas Instituições Universitárias no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil.
Uma delas configura-se como uma universidade confessional jesuíta e a outra faz parte do sistema federal de educação superior.
Ainda que as histórias e contextos das duas IES sejam definidores de projetos e subjetividades próprias, ambas se assemelham na constituição temporal, pois foram criadas há menos de quarenta anos percorrendo, pois, uma trajetória similar em termos de impactos das políticas educacionais.
Atravessaram a reconstrução democrática do país e estão incluídas na reconfiguração do Estado decorrente do fenômeno da globalização.
O objetivo do estudo foi compreender os processos de ensinar e aprender que apresentam perspectivas de emancipação, entendidas como estimuladoras de intervenções compromissadas com as rupturas que atuam no sentido da mudança.
Esses processos não são medidos pelo tamanho e abrangência, mas sim pela profundidade dimensionar objetivamente, pois atuam nos espaços de subjetividade e necessitam um tempo de maturação para poder produzir efeitos, que podem ser múltiplos e heterogêneos.
O estudo indicou que, se as políticas de cunho neoliberal incidem na organização dos sistemas de ensino, objetivos da educação superior, formas de gestão e valores pedagógicos, também provocam um impacto na concepção de docência na universidade.
Entretanto, na compreensão dialética das relações humanas, há nichos acadêmicos que abrigam práticas pedagógicas de cursos, professores e estudantes, que se contrapõem ao modelo dominante.
Infere-se, ainda, que o ambiente institucional vem sendo fortemente atingido pela racionalidade instrumental que retorna aos discursos acadêmicos com outras roupagens e dispositivos de argumentação.
É evidente o encolhimento do valor das práticas alternativas, em prol de padrões generalizáveis de sucesso, exteriorizados por resultados quantificáveis.
O desprestígio do conhecimento pedagógico que, de outra forma poderia alavancar iniciativas inovadoras, na acepção que estamos adotando nesse estudo, é decorrente e, ao mesmo tempo, parte do processo de regulação.
Essa pesquisa quis ser, como outras por nós anteriormente desenvolvidas, uma forma também de resistência. Resistência que insiste em crer que é possível uma educação emancipatória e solidária, que reconheça a diferença para chegar à igualdade.











