
Este Caderno trata das concepções de aprendizagem e de ensino da linguagem escrita, buscando relacionar essas duas faces do processo de apropriação da escrita.
Para tanto, organiza-se em duas partes: na primeira, examina os conceitos de aprendizagem e desenvolvimento e analisa as relações entre esses dois processos, tendo em vista a apropriação da leitura e da escrita; na segunda, volta-se para as implicações das reflexões apresentadas na primeira parte para a definição dos procedimentos de ensino, analisando algumas propostas de atividades didáticas.
Em linhas gerais, o que se busca aqui é responder a duas grandes questões com relação à linguagem escrita – como se aprende? e como se deve ensinar? –, fazendo a segunda resposta decorrer da primeira.
Em função das perguntas a que pretendem responder, as duas partes têm perfil distinto: a primeira prioriza a discussão conceitual e a segunda caracteriza-se por reflexões de natureza procedimental.
Em outros termos: a primeira unidade (parte I) está centrada na revisão de concepções psicológicas e em articulações conceituais essenciais ao processo de aprender a leitura e a escrita; a segunda unidade (parte II) convida o professor a refletir sobre a elaboração e a realização de atividades (exercícios de sala de aula), integrando a perspectiva de ensino às concepções de aprendizagem assumidas na primeira parte.
Na primeira parte do Caderno, trataremos das concepções de aprendizagem e de desenvolvimento, aplicando-as ao processo de aprender a ler e escrever.
Dialogaremos com o ponto de vista da Psicologia Genética e, sobretudo, com a perspectiva sócio-histórica de Vygotsky. Na visão crítica desse autor, não se pode deixar de lado a análise histórica das concepções de desenvolvimento e aprendizagem, nem se pode abordá-las separadamente.
Vamos procurar conceituar o que entendemos por desenvolvimento, aprendizagem e cultura, pois esses são conceitos básicos para o nosso trabalho sobre a aprendizagem da linguagem escrita.

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