Estrelas Além Do Tempo

Durante a Segunda Guerra Mundial, a incipiente indústria aeronáutica americana contratou matemáticas negras para suprir sua falta de mão de obra. Esses “computadores humanos” continuaram trabalhando para seu governo e passaram a fazer parte da NASA

em uma época em que vingava a segregação racial. Elas garantiram que os Estados Unidos ganhassem a corrida especial contra a União Soviética e lutaram para realizar o sonho americano. Esta é a sua história.
“De quantas mulheres estamos falando? Cinco, seis?”
Eu tinha conhecido mais do que isso quando morava em Hampton, mas mesmo assim fiquei surpresa conforme os números foram aumentando. Essas mulheres apareciam tanto em fotos e agendas telefônicas quanto em fontes inesperadas e incomuns. A menção de que a noiva trabalhava em Langley em um anúncio de noivado em um jornal de Norfolk. Uma porção de nomes cedidos pela filha de uma das primeiras Computadoras Oeste. Um memorando de 1951 do chefe de recursos humanos em Langley sobre os números e o status dos empregados negros, que inesperadamente fez referência a uma mulher negra “Cientista na Pesquisa GS-9”. Descobri um documento pessoal, de 1945, que descreve um burburinho de atividade matemática em um novo prédio no lado oeste de Langley, formado por uma equipe de 25 negras que trabalhavam nas calculadoras em um esquema de trabalho de 24 horas, cujos turnos eram supervisionados por três supervisores negros que respondiam a dois computadores-chefes brancos. Ao escrever as últimas palavras deste livro, ainda consigo acrescentar mais pessoas. Posso nomear quase cinquenta mulheres negras que trabalharam como computadoras, matemáticas, engenheiras e cientistas no Laboratório Aeronáutico Langley Memorial de 1943 a 1980; e minha intuição diz que mais vinte nomes podem aparecer dos arquivos se forem realizadas mais pesquisas.
E, embora as mulheres negras sejam as matemáticas mais ocultas que trabalharam no NACA (Comitê Nacional para Aconselhamento sobre Aeronáutica, em português), e depois na NASA, elas não estavam sozinhas nas sombras: as mulheres brancas que compunham a maior parte da força de trabalho computacional em Langley foram pouco reconhecidas por sua contribuição ao sucesso da agência. Virginia Biggins cobriu o programa espacial de Langley para o jornal Daily Press em 1958. “Todo mundo dizia ‘Este é um cientista, este é um engenheiro’, sempre homens”, contou ela em um debate de 1990 sobre os computadores humanos de Langley. Ela nunca chegou a conhecer nenhuma mulher. “Achei que fossem todas secretárias.” Cinco mulheres brancas se juntaram ao primeiro grupo computacional de Langley em 1935, e, em 1946, quatrocentas “garotas” já haviam sido treinadas como soldados da Aeronáutica. A historiadora Beverly Golemba, em um estudo de 1994, estimou que Langley havia empregado “centenas e centenas”6 de mulheres como computadores humanos. Na reta final da pesquisa para Estrelas além do tempo, vejo que esse número pode ultrapassar a casa do milhar.

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Durante a Segunda Guerra Mundial, a incipiente indústria aeronáutica americana contratou matemáticas negras para suprir sua falta de mão de obra. Esses “computadores humanos” continuaram trabalhando para seu governo e passaram a fazer parte da NASA em uma época em que vingava a segregação racial. Elas garantiram que os Estados Unidos ganhassem a corrida especial contra a União Soviética e lutaram para realizar o sonho americano. Esta é a sua história.
“De quantas mulheres estamos falando? Cinco, seis?”
Eu tinha conhecido mais do que isso quando morava em Hampton, mas mesmo assim fiquei surpresa conforme os números foram aumentando. Essas mulheres apareciam tanto em fotos e agendas telefônicas quanto em fontes inesperadas e incomuns. A menção de que a noiva trabalhava em Langley em um anúncio de noivado em um jornal de Norfolk. Uma porção de nomes cedidos pela filha de uma das primeiras Computadoras Oeste. Um memorando de 1951 do chefe de recursos humanos em Langley sobre os números e o status dos empregados negros, que inesperadamente fez referência a uma mulher negra “Cientista na Pesquisa GS-9”. Descobri um documento pessoal, de 1945, que descreve um burburinho de atividade matemática em um novo prédio no lado oeste de Langley, formado por uma equipe de 25 negras que trabalhavam nas calculadoras em um esquema de trabalho de 24 horas, cujos turnos eram supervisionados por três supervisores negros que respondiam a dois computadores-chefes brancos. Ao escrever as últimas palavras deste livro, ainda consigo acrescentar mais pessoas. Posso nomear quase cinquenta mulheres negras que trabalharam como computadoras, matemáticas, engenheiras e cientistas no Laboratório Aeronáutico Langley Memorial de 1943 a 1980; e minha intuição diz que mais vinte nomes podem aparecer dos arquivos se forem realizadas mais pesquisas.
E, embora as mulheres negras sejam as matemáticas mais ocultas que trabalharam no NACA (Comitê Nacional para Aconselhamento sobre Aeronáutica, em português), e depois na NASA, elas não estavam sozinhas nas sombras: as mulheres brancas que compunham a maior parte da força de trabalho computacional em Langley foram pouco reconhecidas por sua contribuição ao sucesso da agência. Virginia Biggins cobriu o programa espacial de Langley para o jornal Daily Press em 1958. “Todo mundo dizia ‘Este é um cientista, este é um engenheiro’, sempre homens”, contou ela em um debate de 1990 sobre os computadores humanos de Langley. Ela nunca chegou a conhecer nenhuma mulher. “Achei que fossem todas secretárias.” Cinco mulheres brancas se juntaram ao primeiro grupo computacional de Langley em 1935, e, em 1946, quatrocentas “garotas” já haviam sido treinadas como soldados da Aeronáutica. A historiadora Beverly Golemba, em um estudo de 1994, estimou que Langley havia empregado “centenas e centenas”6 de mulheres como computadores humanos. Na reta final da pesquisa para Estrelas além do tempo, vejo que esse número pode ultrapassar a casa do milhar.

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