Mediosfera

A obra postula a existência da mediosfera, uma espécie de degradação da noosfera, constituída a partir do uso midiático das imagens. A noosfera é um conceito introduzido por Teilhard de Chardin para designar a esfera do pensamento humano concebido como um novo órgão de consciência

, e retomado por Edgar Morin. A mediosfera, por seu lado, é promotora de um imaginário separado da existência concreta do mundo em função de sua mercantilização, redundando no desencantamento do mundo.

A reflexão acerca da dimensão e da autonomia do processo de desencantamento do mundo e de seus agentes atuais requer o deslocamento da questão da esfera das grandes motivações históricas para outras motivações menos evidentes, para a ação dos conteúdos imaginais desse processo, convidando ao exercício de uma espécie de arqueologia do imaginário.
Além disso, tem nos parecido que as discussões contemporâneas em Comunicação, tanto no âmbito da produção quanto no da recepção mediática, têm se atido mais às questões relativas à imagem, subestimando a importância da formação e da ação dos imaginários. E esse é exatamente nosso ponto, refletir como a natureza e a ação dos imaginários dos meios de comunicação não se esgotam nas especificidades da produção tecno-instrumental das imagens mediáticas.
As proposições de Max Weber acerca do processo de desencantamento do mundo apresentam-se relacionadas à discussão que ele propôs sobre a ética protestante, discussão esta na qual Weber ressaltou o papel da ação e da força das ideias, questão fundamental aos estudos da Cultura e da Comunicação. Essa questão não passou despercebida aos especialistas da obra de Weber, e ela nos interessa por estar de acordo com o que temos encontrado de mais relevante no pensamento de alguns autores que trataram de temas que dialogam direta ou indiretamente com as nuances mais atuais, e menos óbvias, do processo de desencantamento do mundo (e com os quais buscamos dialogar no decorrer do presente texto).
R. G. Filipe), na apresentação da edição portuguesa de Sociologia das Religiões, chama-nos a atenção: “Para Weber, as estruturas sociais só existem como estruturas mentais, são, como ele diz, ‘uma representação que flutua na cabeça dos homens reais’ ”.

  

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A obra postula a existência da mediosfera, uma espécie de degradação da noosfera, constituída a partir do uso midiático das imagens. A noosfera é um conceito introduzido por Teilhard de Chardin para designar a esfera do pensamento humano concebido como um novo órgão de consciência, e retomado por Edgar Morin. A mediosfera, por seu lado, é promotora de um imaginário separado da existência concreta do mundo em função de sua mercantilização, redundando no desencantamento do mundo.

A reflexão acerca da dimensão e da autonomia do processo de desencantamento do mundo e de seus agentes atuais requer o deslocamento da questão da esfera das grandes motivações históricas para outras motivações menos evidentes, para a ação dos conteúdos imaginais desse processo, convidando ao exercício de uma espécie de arqueologia do imaginário.
Além disso, tem nos parecido que as discussões contemporâneas em Comunicação, tanto no âmbito da produção quanto no da recepção mediática, têm se atido mais às questões relativas à imagem, subestimando a importância da formação e da ação dos imaginários. E esse é exatamente nosso ponto, refletir como a natureza e a ação dos imaginários dos meios de comunicação não se esgotam nas especificidades da produção tecno-instrumental das imagens mediáticas.
As proposições de Max Weber acerca do processo de desencantamento do mundo apresentam-se relacionadas à discussão que ele propôs sobre a ética protestante, discussão esta na qual Weber ressaltou o papel da ação e da força das ideias, questão fundamental aos estudos da Cultura e da Comunicação. Essa questão não passou despercebida aos especialistas da obra de Weber, e ela nos interessa por estar de acordo com o que temos encontrado de mais relevante no pensamento de alguns autores que trataram de temas que dialogam direta ou indiretamente com as nuances mais atuais, e menos óbvias, do processo de desencantamento do mundo (e com os quais buscamos dialogar no decorrer do presente texto).
R. G. Filipe), na apresentação da edição portuguesa de Sociologia das Religiões, chama-nos a atenção: “Para Weber, as estruturas sociais só existem como estruturas mentais, são, como ele diz, ‘uma representação que flutua na cabeça dos homens reais’ ”.

  

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