Junito De Souza Brandão – Mitologia Grega Vol. II
Este volume, mais denso, parte de Zeus, já como deus cosmocrata e pai dos deuses e dos homens e se fecha no mito de Eros e Psiqué.
O centro do volume se fixa nos mitos dos gêmeos Apolo e Ártemis; Dioniso, deus do êxtase e do entusiasmo; Orfeu e Eurídice; Narciso e Hermes Trismegisto. Como apêndice aparecem deuses olímpicos e arquétipos masculinos.
Havíamos, inicialmente, planejado Mitologia Grega em dois volumes.
O primeiro, após uma visão, embora sumária, da batalha que o mito travou na Hélade questionadora para sobreviver; de uma tentativa de conceituar Mito, Rito e Religião; de um panorama histórico-social grego (nosso objetivo foi sempre partir deste para o religioso) e de uma abordagem dos poemas homéricos, prosseguiria com a Teogonia e Trabalhos e Dias de Hesíodo, até a consolidação do poder nas mãos de Zeus.
O segundo se iniciaria com as hierogamias do pai dos deuses e dos homens e se fecharia no mito da nostalgia, vale dizer, do retorno de Ulisses aos braços quentes e saudosos de Penélope.
A meta, no entanto, parece que não foi bem contornada e os competidores ultrapassaram-na, sem que o auriga pudesse conter sua biga…
Desse modo, face sobretudo à “pressão compulsiva” de um grande número de Psiquiatras, Analistas e alunos meus, quer de São Paulo, onde meus cursos foram ampliados, do magnífico Anfiteatro de Convenções da USP para o Instituto de Psiquiatria da UNICAMP, quer do Rio de Janeiro, onde voltei a ministrar aulas em dupla com Psiquiatras e Analistas Junguiano, particularmente com o Dr. Walter Boechat, o Volume II acabou por se ampliar demasiadamente.
A ultrapassagem do métron neste Volume se deveu, de modo especial, a uma tentativa de ir além do mito e mostrar-lhe os contornos simbólicos.
O mito, felizmente, ao menos e de modo oficial, desde os fins do século XIX, com Bachofen, Freud, Jung, Kerényi, Neumann, M.L. Von Franz, e isto só para citar alguns dos pioneiros, esqueceu Evêmero e as “carochinhas”, para tornar-se algo de muito sério.
Remitizado e, de certa forma, ressacralizado, passou a ser analisado como um arquétipo. “O inconsciente coletivo é constituído pela soma dos instintos e dos seus correlatos, os arquétipos. Assim como cada indivíduo possui instintos, possui também um conjunto de imagens primordiais”. Assim, tem-se o mito como exteriorização de conteúdos do inconsciente coletivo.
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