O livro Amazônia: Estudos Das Margens é a materialização do cruzamento de diferentes rios teóricos e uma variedade de reflexões de autores nascidos e criados nas diversas Amazônias.
A trajetória de construção do livro foi espontânea por parte dos organizadores, integrando uma espécie de busca por novas reflexões acadêmicas sobre os nossos espaços e sobre obras que sinalizam esses contextos amazônicos.
Esses espaços são discutidos no nosso livro por meio de trabalhos de pesquisas que, por transitarem por perspectivas tão plurais e culturais das Amazônias, talvez inquietem o leitor não acostumado à diversidade de vozes e olhares sobre as Amazônias.
Mas essa diversidade foi o caminho encontrado para epistemicamente tentar dar conta desses diferentes territórios atravessados pelas águas, e cujo usado para denominá-los, “Amazônia”, abarca diferentes realidades.
Desde a sua gênese, a proposta deste livro foi privilegiar autores locais a fim de que, cada qual a seu modo comprometidos com sua área de atuação, com a sua trajetória, dialogando com as instâncias circunvizinhas, pudessem ter voz no contexto acadêmico.
Nesse sentido, os autores selecionados se alinham numa adequação coerente cujo objetivo foi plenamente alcançado. Para a construção efetiva e dialética de saberes, o trabalho, superando entraves, driblando obstáculos, perpassa ora por áreas distintas ora circunvizinhas do conhecimento (Literatura,
Língua, História, Antropologia, Estudos Culturais etc.).
Posicionamentos crítico-analíticos evidenciam, via de regra, posicionamentos parciais, o que, evidentemente, não diminui o valor da empreitada na busca de compreender, iluminar, associar e, possivelmente, explicitar contextos textuais e artísticos, tendo consciência de que “cada um é seus caminhos”.
As nossas convicções interiores determinam a contextualização da nossa realidade externa. “Vê moinhos? São moinhos. / Vê gigantes? São gigantes”. O que vemos (e o modo como vemos) constitui o nosso real.