Estudos Avançados em Organização e Representação do Conhecimento – Vol. II apresenta os textos completos da produção científica de pesquisadores em organização do conhecimento, brasileiros e estrangeiros, que participaram do II Congresso Brasileiro em Representação e Organização do Conhecimento, realizado no Rio de Janeiro durante os dias 28, 29 e 30 de maio de 2013.
O evento, dando continuidade a uma trajetória de sedimentação e de interlocução científica na área, em âmbito brasileiro, iniciada em 2011, por ocasião do I Congresso de ISKO-Brasil, apontou para perspectivas bastante promissoras no que se refere a pesquisas conjuntas, diálogos interdisciplinares e visibilidade científica, sinalizando a necessidade de sua continuidade e verticalização em edições futuras.
Com o tema Complexidade e Organização do Conhecimento: desafios de nosso século registra-se o diálogo sobre a organização do conhecimento em um mundo pautado pela diversidade cultural, por um ideal ético de respeito às diferenças e por uma busca de liberdade de expressão e colaboração. Segundo Edgar Morin, o problema do conhecimento é um desafio porque só podemos conhecer as partes se conhecemos o todo em que se situam, e só podemos conhecer o todo se conhecemos as partes que o compõem.
Esse desafio leva à reflexão sobre o caráter distinto do pensamento e, ao mesmo tempo, aquele que é conexo. Segundo o autor, complexus significa o que tece junto e, assim, o objetivo do pensamento é ao mesmo tempo unir (contextualizar e globalizar) e aceitar o desafio da incerteza. Isto demonstra o que Morin denomina de pensamento complexo: “o pensamento complexo deve ligar a autonomia à dependência […] Esta concepção de pensamento dá-nos uma lição de prudência, de método, de modéstia”.
Para os especialistas em organização do conhecimento visando sua localização e uso, o campo da representação vem se tornando um desafio à medida que as bases de registro se virtualizam e a informação é lançada na rede de computadores em múltiplos formatos e com múltiplas etiquetas.
Se, por um lado, isto garante a diversidade cultural no uso dos recursos, por outro lado, o alto índice de dispersão temática desses recursos de informação vai obrigar os pesquisadores da organização do conhecimento a desenharem, em conjunto com profissionais de campos correlatos, sistemas e programas que auxiliem os processos de indexação e classificação compartilhados.
A colaboração entre produtores/usuários do conhecimento no mundo contemporâneo parece ser a melhor estratégia para realizar tarefas altamente dispendiosas como aquelas típicas da área da OC nos exemplos da classificação bibliográfica, da indexação e da elaboração de linguagens documentais ou documentárias.
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