Arte E Ciência De Roubar Galinha

João Ubaldo Ribeiro - Arte E Ciência De Roubar Galinha

A arte narrativa de João Ubaldo Ribeiro, já bem conhecida do público graças às inúmeras edições de seus livros no Brasil e no exterior, e que o insere no rol dos maiores escritores contemporâneos, mostra-se mais uma vez nas crônicas reunidas em Arte E Ciência De Roubar Galinha.

Arte E Ciência De Roubar Galinha traz algumas das melhores crônicas de João Ubaldo, publicadas na imprensa, em torno da ilha de Itaparica.

Com sua consagrada versatilidade literária, que o habilita a lidar com o gênero com a mesma maestria com que lida com o romance, João Ubaldo descortina para o leitor as suas memórias de infância e juventude, o seu dia-a-dia na ilha, os casos e conversas com personagens locais, representantes reais da gente brasileira.

O orgulho dos itaparicanos pela expulsão dos holandeses em 1647; a alta radioatividade da ilha, cujo efeito atinge apenas os moradores homens e tem sido injustamente confundido com mera preguiça; o amigo Cuiúba, que atribui a ignorância do escritor sobre as coisas fundamentais da vida (como ter um cágado em casa, por exemplo) ao tempo desperdiçado na leitura de tantos livros; os hábitos gastronômicos dos itaparicanos, de um ecletismo que inclui comedores de baiacu, sariguê, morcego e faz evocar os saudosos tempos em que se podia comer “um holandês gordinho daqueles” — estes e outros acontecimentos e histórias colhidos na memória, no largo da Quitanda, no Mercado, e narrados no melhor estilo, proporcionam ao leitor o prazer do entretenimento aliado à boa literatura.

A gente tem a tendência de pensar que só o que nós fazemos é difícil e complexo, cheio de sutilezas e complicações invisíveis aos olhos dos “leigos”.

Isto, naturalmente, é um engano que a vida desmascara a todo instante, como sabe quem quer que já tenha ouvido com atenção qualquer homem falar de seu trabalho, que sempre, por mais simples, envolve atividades e conhecimentos insuspeitados.

Assim é, por exemplo, roubar galinha. Tenho um amigo aqui na ilha que é ladrão de galinha. Chamemo-lo de Lelé, como naqueles relatos verídicos americanos em que se trocam os nomes para proteger inocentes.

Só que, naturalmente, a nossa troca se faz para proteger um culpado, no caso o próprio Lelé. É bem verdade que todo mundo aqui sabe que ele rouba galinha, mas não fica bem botar no jornal, ele pode se ofender...

João Ubaldo Ribeiro é um dos mais importantes escritores brasileiros contemporâneos, autor de clássicos como Viva O Povo Brasileiro, que já superou a marca dos 120 mil exemplares vendidos. Baiano, é membro da Academia Brasileira de Letras e escreveu mais de 15 livros, traduzidos em 16 países.

 

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João Ubaldo Ribeiro – Arte E Ciência De Roubar Galinha

A arte narrativa de João Ubaldo Ribeiro, já bem conhecida do público graças às inúmeras edições de seus livros no Brasil e no exterior, e que o insere no rol dos maiores escritores contemporâneos, mostra-se mais uma vez nas crônicas reunidas em Arte E Ciência De Roubar Galinha.

Arte E Ciência De Roubar Galinha traz algumas das melhores crônicas de João Ubaldo, publicadas na imprensa, em torno da ilha de Itaparica.

Com sua consagrada versatilidade literária, que o habilita a lidar com o gênero com a mesma maestria com que lida com o romance, João Ubaldo descortina para o leitor as suas memórias de infância e juventude, o seu dia-a-dia na ilha, os casos e conversas com personagens locais, representantes reais da gente brasileira.

O orgulho dos itaparicanos pela expulsão dos holandeses em 1647; a alta radioatividade da ilha, cujo efeito atinge apenas os moradores homens e tem sido injustamente confundido com mera preguiça; o amigo Cuiúba, que atribui a ignorância do escritor sobre as coisas fundamentais da vida (como ter um cágado em casa, por exemplo) ao tempo desperdiçado na leitura de tantos livros; os hábitos gastronômicos dos itaparicanos, de um ecletismo que inclui comedores de baiacu, sariguê, morcego e faz evocar os saudosos tempos em que se podia comer “um holandês gordinho daqueles” — estes e outros acontecimentos e histórias colhidos na memória, no largo da Quitanda, no Mercado, e narrados no melhor estilo, proporcionam ao leitor o prazer do entretenimento aliado à boa literatura.

A gente tem a tendência de pensar que só o que nós fazemos é difícil e complexo, cheio de sutilezas e complicações invisíveis aos olhos dos “leigos”.

Isto, naturalmente, é um engano que a vida desmascara a todo instante, como sabe quem quer que já tenha ouvido com atenção qualquer homem falar de seu trabalho, que sempre, por mais simples, envolve atividades e conhecimentos insuspeitados.

Assim é, por exemplo, roubar galinha. Tenho um amigo aqui na ilha que é ladrão de galinha. Chamemo-lo de Lelé, como naqueles relatos verídicos americanos em que se trocam os nomes para proteger inocentes.

Só que, naturalmente, a nossa troca se faz para proteger um culpado, no caso o próprio Lelé. É bem verdade que todo mundo aqui sabe que ele rouba galinha, mas não fica bem botar no jornal, ele pode se ofender…

João Ubaldo Ribeiro é um dos mais importantes escritores brasileiros contemporâneos, autor de clássicos como Viva O Povo Brasileiro, que já superou a marca dos 120 mil exemplares vendidos. Baiano, é membro da Academia Brasileira de Letras e escreveu mais de 15 livros, traduzidos em 16 países.

 

https://livrandante.com.br/contribuicao/caneca-lua-cheia-branca/

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