
Poemas De Chamados, Esperas E (A)Fins
- Poesia
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Hercília Fernandes - Poemas De Chamados, Esperas E (A)Fins
Hercília Fernandes demonstra mais uma vez nesse livro uma poesia que dialoga com a grandeza e o apequenamento do ser humano. Isso é visível, por exemplo, no poema “Resistência”: quando a natureza aparece morta / a vida comprova sua magnitude, / resistir não é vitória, / é virtude.
Ela encontra a dualidade da resistência não como quem fraqueja, mas aquele que é fiel ao seu ideal. Quem resiste não se escraviza.
E assim, viaja dos grandes temas aos mais íntimos, o universo e seu universo convivem no mesmo quintal, tal como no poema despretensiosamente profundo: e aqui ali estou / ex_posta à mostra / varal.
Não se pode esperar de Hercília Fernandes uma escritora simples, ainda que muitas escolhas lexicais sejam quase singelas.
O poema “Seca” é esse sentimento retratado nas cores da sua terra: não chove em Caicó / meu ser_tão é cinza, / pó.
Em muitos momentos essa rima, o som, e a musicalidade até, estão na fruição do poema, como em: é tudo tão ralo, raso, rasteiro / mata branca, / de janeiro a janeiro. A insistência da letra “r” fala da repetição da superficialidade que a vida se transformou.
Há uma semântica que transcende as palavras e ecoa no som arranhado que quase machuca o poema. Portanto, espere dessa autora muitos recursos de linguagem, que recolhem na aparência das palavras a multiplicidade da forma e significado que elas têm.
Hercília Fernandes faz Poesia com o miúdo, com o quase imperceptível e com as estranhezas.
O Poeta deve ter olho de ver. Hercília Fernandes tem olho de ver, e não é de hoje – de Nós Em Miúdos (2013), seu livro anterior (que dialoga com este Poemas De Chamados, Esperas E (A)Fins.
A “costura” entre os dois volumes mostra a preocupação da autora com a obra. Preocupação em permanecer, edificar, deixar.
Hercília Fernandes nos apresenta em Poemas De Chamados, Esperas E (A)Fins uma série de instantâneos do cotidiano – instantâneos que o comum dos homens sequer percebe.
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