A História Da Literatura Como Provocação À Teoria Literária

Hans Robert Jauss - A História Da Literatura Como Provocação À Teoria Literária

Em 1967, Hans Robert Jauss ministra a aula inaugural da Universidade de Costancia com a palestra : "0 que é e com que fim se
estuda história da literatura?".

Esta palestra, que acabou transformando Jauss
no "pai da teoria da recepção", é agora publicada em tradução no livro A História Da Literatura Como Provocação À Teoria Literária.

Jauss parte de uma ruptura com a tradição histórica — dadas as condições de seu esgotamento, por ele explicitadas —, que circunscreve a literatura ao estudo do autor, da obra, de gênero e do estilo, para uma hierarquização, o estabelecimento dos cânones e uma descrição cronológica.

Centralizando a atenção no leitor e sua experiência estética e com o foco na recepção, a audiência, fim último da literatura, de passiva que era, assume a condição de agente.

O valor estético, antes intrínseco à obra — às condiçoes de sua produção e intenções do autor —, se transfere agora para a dinâmica das relações recíprocas entre autor, obra, comunicação, efeito e fruição. Que só se instaura no momento privilegiado da leitura, (re)criando significados e produzindo sentido.

Não há, no entanto, na teoria da recepção, uma negação da história. Pelo contrário: busca a superação do abismo crescente, cavado entre história e literatura por uma tradição mecanicista, linear e monológica; fechada em si mesma, prescinde da possibilidade de renovação que a experiência estética concreta, atualizada a cada momento histórico, numa relação dialógica, pode gerar.

Pondo em movimento a dialética que faz a síntese entre história e estética. Síntese esta que só o leitor, por si mesmo, mergulhado na leitura e impregnado da própria história — tanto particular quanto geral — intenta realizar.

Coerente com seus pressupostos, o autor constrói um texto fluído e didático, apresentando sete teses, num encadeamento lógico: nas quatro primeiras dá os fundamentos da sua teoria; nas três últimas expõe sua metodologia, ilustrando com as condições da recepção de Madame Bovary e o processo que Flaubert sofre quando da sua publicação, em 1857.

Capítulo cuja leitura é especialmente prazerosa e esclarecedora, sobretudo para quem conhece esse romance inaugural do realismo — sucesso de público que se inscreveu na história, após uma rejeição inicial. É também nesse momento que Jauss propõe a tarefa da história da literatura, amparado no conceito de horizonte de expectativas.

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A História Da Literatura Como Provocação À Teoria Literária

Hans Robert Jauss – A História Da Literatura Como Provocação À Teoria Literária

Em 1967, Hans Robert Jauss ministra a aula inaugural da Universidade de Costancia com a palestra : “0 que é e com que fim se
estuda história da literatura?”.

Esta palestra, que acabou transformando Jauss
no “pai da teoria da recepção”, é agora publicada em tradução no livro A História Da Literatura Como Provocação À Teoria Literária.

Jauss parte de uma ruptura com a tradição histórica — dadas as condições de seu esgotamento, por ele explicitadas —, que circunscreve a literatura ao estudo do autor, da obra, de gênero e do estilo, para uma hierarquização, o estabelecimento dos cânones e uma descrição cronológica.

Centralizando a atenção no leitor e sua experiência estética e com o foco na recepção, a audiência, fim último da literatura, de passiva que era, assume a condição de agente.

O valor estético, antes intrínseco à obra — às condiçoes de sua produção e intenções do autor —, se transfere agora para a dinâmica das relações recíprocas entre autor, obra, comunicação, efeito e fruição. Que só se instaura no momento privilegiado da leitura, (re)criando significados e produzindo sentido.

Não há, no entanto, na teoria da recepção, uma negação da história. Pelo contrário: busca a superação do abismo crescente, cavado entre história e literatura por uma tradição mecanicista, linear e monológica; fechada em si mesma, prescinde da possibilidade de renovação que a experiência estética concreta, atualizada a cada momento histórico, numa relação dialógica, pode gerar.

Pondo em movimento a dialética que faz a síntese entre história e estética. Síntese esta que só o leitor, por si mesmo, mergulhado na leitura e impregnado da própria história — tanto particular quanto geral — intenta realizar.

Coerente com seus pressupostos, o autor constrói um texto fluído e didático, apresentando sete teses, num encadeamento lógico: nas quatro primeiras dá os fundamentos da sua teoria; nas três últimas expõe sua metodologia, ilustrando com as condições da recepção de Madame Bovary e o processo que Flaubert sofre quando da sua publicação, em 1857.

Capítulo cuja leitura é especialmente prazerosa e esclarecedora, sobretudo para quem conhece esse romance inaugural do realismo — sucesso de público que se inscreveu na história, após uma rejeição inicial. É também nesse momento que Jauss propõe a tarefa da história da literatura, amparado no conceito de horizonte de expectativas.

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