Contos Sardos

Em Contos Sardos, Deledda apresenta as peculiaridades de uma região da Itália que, além da natureza ímpar, é igualmente única em sua construção histórica.

Grazia Deledda não é apenas uma das maiores escritoras da literatura italiana. Seus relatos sobre a vida de moradores das regiões montanhosas da Sardenha são uma espécie de antídoto para o nosso mundo digital de conectividade ininterrupta.

Os contos compõem uma verdadeira ode à resiliência, nos quais são retratadas as vidas de personagens que lutam contra a crueza do mundo real, enfrentando a fome, as doenças e os infortúnios da vida. Um cotidiano no qual o pragmatismo obriga, em nome da sobrevivência, a superar a magia e superstição.

A literatura de Deledda se alimenta dessa intersecção. Na ilha de Deledda, a paisagem é, ao mesmo tempo, hostil e transcendentalmente bela. Esse ambiente de sonho praticamente empurra seus personagens para um universo que se impõe como uma sombra entre o real e o imaginário.

Em seus Contos Sardos, Deledda apresenta as peculiaridades de uma região da Itália que, além da natureza ímpar, é igualmente única em sua construção histórica. Encruzilhada do Mediterrâneo, a Sardenha já foi invadida e ocupada por romanos, espanhóis, franceses, piemonteses, sicilianos e árabes — não é por acaso que a bandeira da Sardenha leva em seu centro a imagem dos “quatro mouros”.

Paradoxalmente, o isolamento desse povo insular é, ao mesmo tempo, o resultado de séculos e séculos dos mais diversos tipos de contato com outras civilizações. A própria Deledda, em uma carta enviada em 1892 para o escritor e linguista italiano Angelo de Gubernatis, escreveu: “Em breve lhe enviarei meu retrato: sou pequena, pálida e morena, um pouco espanhola, um pouco árabe, um pouco latina”.

Essa particularidade está profundamente presente nos contos de Grazia Deledda. Vencedora do Nobel de Literatura em 1926, sua obra é universal exatamente por falar de seu povo e suas tradições. Ao escrever sobre essa população miscigenada e sua cultura híbrida, onde mágicos e padres possuem poderes tão reais quanto sobrenaturais, onde a religião e as questões ligadas à sobrevivência diária estão umbilicalmente conectados, onde o real e o maravilhoso são uma única coisa, Deledda se torna imprescindível.

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Os contos compõem uma verdadeira ode à resiliência, nos quais são retratadas as vidas de personagens que lutam contra a crueza do mundo real, enfrentando a fome, as doenças e os infortúnios da vida. Um cotidiano no qual o pragmatismo obriga, em nome da sobrevivência, a superar a magia e superstição.

A literatura de Deledda se alimenta dessa intersecção. Na ilha de Deledda, a paisagem é, ao mesmo tempo, hostil e transcendentalmente bela. Esse ambiente de sonho praticamente empurra seus personagens para um universo que se impõe como uma sombra entre o real e o imaginário.

Em seus Contos Sardos, Deledda apresenta as peculiaridades de uma região da Itália que, além da natureza ímpar, é igualmente única em sua construção histórica. Encruzilhada do Mediterrâneo, a Sardenha já foi invadida e ocupada por romanos, espanhóis, franceses, piemonteses, sicilianos e árabes — não é por acaso que a bandeira da Sardenha leva em seu centro a imagem dos “quatro mouros”.

Paradoxalmente, o isolamento desse povo insular é, ao mesmo tempo, o resultado de séculos e séculos dos mais diversos tipos de contato com outras civilizações. A própria Deledda, em uma carta enviada em 1892 para o escritor e linguista italiano Angelo de Gubernatis, escreveu: “Em breve lhe enviarei meu retrato: sou pequena, pálida e morena, um pouco espanhola, um pouco árabe, um pouco latina”.

Essa particularidade está profundamente presente nos contos de Grazia Deledda. Vencedora do Nobel de Literatura em 1926, sua obra é universal exatamente por falar de seu povo e suas tradições. Ao escrever sobre essa população miscigenada e sua cultura híbrida, onde mágicos e padres possuem poderes tão reais quanto sobrenaturais, onde a religião e as questões ligadas à sobrevivência diária estão umbilicalmente conectados, onde o real e o maravilhoso são uma única coisa, Deledda se torna imprescindível.

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