Cangaços

Organizado por Thiago Mio Salla e Ieda Lebensztayn, Cangaços reúne todos os textos de Graciliano Ramos sobre o banditismo sertanejo.

Reunindo todos os textos de Graciliano Ramos sobre o banditismo sertanejo, escritos entre 1931 e 1941, Thiago Mio Salla e Ieda Lebensztayn mostram a influência do cangaço na obra do artista.

Além de textos restabelecidos à redação original do autor, são pela primeira vez publicados em livro, dois inéditos: uma entrevista ficcional com Lampião, escrita para a revista Novidade, e a crônica “Dois irmãos”.

Em 1938, as chuvas de “notícias sangrentas” vindas do Nordeste ganharam contornos ainda mais dramáticos: o problema da seca na região, que perdura até hoje, aponta para os mesmos fatores econômicos e políticos que estavam na raiz do banditismo sertanejo.

É o que se lê em “Dois irmãos”, artigo de Graciliano Ramos sobre o cangaço — inédito em livro, ora apresentado. Saiu em Diretrizes em setembro de 1938, um mês e alguns dias depois de terem sido decapitados Lampião, Maria Bonita e cangaceiros do seu bando.

Tamanha barbaridade afligia o escritor, então radicado no Rio de Janeiro depois de ter passado quase um ano preso, sem acusação prévia, de março de 1936 a janeiro de 1937.

A estrutura social fincada em desigualdades, gerando fome e luta por sobreviver, resultava na violência de cangaceiros e da polícia, patente na degola de Lampião e de seu grupo em julho de 1938 e na exposição das cabeças, atrocidades tão noticiadas à época.

Revoltado contra injustiças e desejoso de ação, porém sendo um intelectual, afeito à palavra escrita, Graciliano se inquietou com as questões do cangaço e do beatismo.

Mais do que meros assuntos da ordem do dia, eles carregam uma rede de problemas que atingiam a sensibilidade do escritor, pedindo-lhe reflexão e forma artística.

Tanto é que “Dois irmãos” integra uma série de crônicas nas quais Graciliano reflete sobre problemas do Nordeste, do Brasil e da civilização a partir da questão do cangaço: “Sertanejos”, “Lampião” (1931), “Comandante dos burros” (1933), “A propósito de seca” (1937), “Virgulino”, “Cabeças”, “O fator econômico no cangaço”, “Dois cangaços”, “Antônio Silvino”, “Desordens” (1938), “Corisco” (1940, provavelmente) e “D. Maria” (1941) .

O propósito de Cangaços é levar a público esse conjunto de artigos, apresentando-os conforme a cronologia de sua escrita/publicação na imprensa, e ampliar a compreensão das questões ligadas ao cangaço, em sua significação sociopolítica e seu alcance estético, a partir da perspectiva de Graciliano Ramos.

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Além de textos restabelecidos à redação original do autor, são pela primeira vez publicados em livro, dois inéditos: uma entrevista ficcional com Lampião, escrita para a revista Novidade, e a crônica “Dois irmãos”.

Em 1938, as chuvas de “notícias sangrentas” vindas do Nordeste ganharam contornos ainda mais dramáticos: o problema da seca na região, que perdura até hoje, aponta para os mesmos fatores econômicos e políticos que estavam na raiz do banditismo sertanejo.

É o que se lê em “Dois irmãos”, artigo de Graciliano Ramos sobre o cangaço — inédito em livro, ora apresentado. Saiu em Diretrizes em setembro de 1938, um mês e alguns dias depois de terem sido decapitados Lampião, Maria Bonita e cangaceiros do seu bando.

Tamanha barbaridade afligia o escritor, então radicado no Rio de Janeiro depois de ter passado quase um ano preso, sem acusação prévia, de março de 1936 a janeiro de 1937.

A estrutura social fincada em desigualdades, gerando fome e luta por sobreviver, resultava na violência de cangaceiros e da polícia, patente na degola de Lampião e de seu grupo em julho de 1938 e na exposição das cabeças, atrocidades tão noticiadas à época.

Revoltado contra injustiças e desejoso de ação, porém sendo um intelectual, afeito à palavra escrita, Graciliano se inquietou com as questões do cangaço e do beatismo.

Mais do que meros assuntos da ordem do dia, eles carregam uma rede de problemas que atingiam a sensibilidade do escritor, pedindo-lhe reflexão e forma artística.

Tanto é que “Dois irmãos” integra uma série de crônicas nas quais Graciliano reflete sobre problemas do Nordeste, do Brasil e da civilização a partir da questão do cangaço: “Sertanejos”, “Lampião” (1931), “Comandante dos burros” (1933), “A propósito de seca” (1937), “Virgulino”, “Cabeças”, “O fator econômico no cangaço”, “Dois cangaços”, “Antônio Silvino”, “Desordens” (1938), “Corisco” (1940, provavelmente) e “D. Maria” (1941) .

O propósito de Cangaços é levar a público esse conjunto de artigos, apresentando-os conforme a cronologia de sua escrita/publicação na imprensa, e ampliar a compreensão das questões ligadas ao cangaço, em sua significação sociopolítica e seu alcance estético, a partir da perspectiva de Graciliano Ramos.

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