Sociedade Do Medo

Sociedade Do Medo: Teoria E Método Da Análise Sociológica Em Bairros Populares De Salvador: Juventude, Pobreza E Violência - Este livro apresenta pesquisas sobre a compreensão da violência associada à pobreza e à juventude, expondo a realidade de bairros populares de Salvador. A obra demonstra que a violência é uma consequência do modelo e dos padrões de vida social e não de comportamentos individuais isolados.

Revela ainda a falência da coesão social e da sociabilidade que cede espaço à barbárie: um projeto de sociedade insustentável a ameaçar a vida social, levando à “sociedade do medo”.
A partir do edital de Segurança Pública emitido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), com vistas a novas tecnologias de prevenção e combate à violência, desenvolvemos o projeto com a denominação fantasia “Convivência, Arte & Criação” com jovens do bairro de Mata Escura, sediando o projeto na escola da rede pública estadual, Márcia Meccia.
Foram 50 jovens contemplados inicialmente, dos quais 45 chegaram ao final.
A evasão de cinco deles está relacionada a um leque de razões, sendo as principais a mudança de endereço e necessidade de trabalho, já que alguma oportunidade se apresentou para um ou outro, ainda que eventual, em uma realidade cuja tônica é a obstrução do acesso do jovem ao mercado de trabalho.
Esta é, na verdade, a realidade da grande evasão escolar que se registra no país quando se considera a transição do primeiro para o segundo grau. Este dado é sintomático da impossibilidade do jovem permanecer no sistema educacional devido à necessidade de contribuir para sua própria sobrevivência e da família a que se encontra ligado.
Da proporção de crianças matriculadas nas escolas, oficialmente algo em torno de 97%, cai para 40 ou 30% no segundo grau. A violenta queda é a prova da impossibilidade de se desfrutar de um ócio produtivo de formação do ser, em que o jovem possa ser sustentado pelos pais enquanto se dedica aos estudos, desde logo posto como recurso contribuinte da produção de alguma renda, não importando quais as conseqüências para a subjetividade desse jovem na elaboração de seus projetos de realização existencial, ainda que se saiba que na maioria dos casos o que pode conseguir é marginal, informal, e de baixa produtividade, o que implica no desperdício de talentos – para usar uma formulação a que o escritor e jornalista Gilberto Dimenstein tem recorrido – já que esses jovens não se realizam em nenhum projeto e são barrados a meio caminho de quaisquer de suas possibilidades, desencaminhando-se, frequentemente, para os ganhos mais elevados, e que não exigem especialização formal, no tráfico de drogas ou em outras atividades transgressoras.

 

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Sociedade Do Medo: Teoria E Método Da Análise Sociológica Em Bairros Populares De Salvador: Juventude, Pobreza E Violência – Este livro apresenta pesquisas sobre a compreensão da violência associada à pobreza e à juventude, expondo a realidade de bairros populares de Salvador. A obra demonstra que a violência é uma consequência do modelo e dos padrões de vida social e não de comportamentos individuais isolados. Revela ainda a falência da coesão social e da sociabilidade que cede espaço à barbárie: um projeto de sociedade insustentável a ameaçar a vida social, levando à “sociedade do medo”.
A partir do edital de Segurança Pública emitido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), com vistas a novas tecnologias de prevenção e combate à violência, desenvolvemos o projeto com a denominação fantasia “Convivência, Arte & Criação” com jovens do bairro de Mata Escura, sediando o projeto na escola da rede pública estadual, Márcia Meccia.
Foram 50 jovens contemplados inicialmente, dos quais 45 chegaram ao final.
A evasão de cinco deles está relacionada a um leque de razões, sendo as principais a mudança de endereço e necessidade de trabalho, já que alguma oportunidade se apresentou para um ou outro, ainda que eventual, em uma realidade cuja tônica é a obstrução do acesso do jovem ao mercado de trabalho.
Esta é, na verdade, a realidade da grande evasão escolar que se registra no país quando se considera a transição do primeiro para o segundo grau. Este dado é sintomático da impossibilidade do jovem permanecer no sistema educacional devido à necessidade de contribuir para sua própria sobrevivência e da família a que se encontra ligado.
Da proporção de crianças matriculadas nas escolas, oficialmente algo em torno de 97%, cai para 40 ou 30% no segundo grau. A violenta queda é a prova da impossibilidade de se desfrutar de um ócio produtivo de formação do ser, em que o jovem possa ser sustentado pelos pais enquanto se dedica aos estudos, desde logo posto como recurso contribuinte da produção de alguma renda, não importando quais as conseqüências para a subjetividade desse jovem na elaboração de seus projetos de realização existencial, ainda que se saiba que na maioria dos casos o que pode conseguir é marginal, informal, e de baixa produtividade, o que implica no desperdício de talentos – para usar uma formulação a que o escritor e jornalista Gilberto Dimenstein tem recorrido – já que esses jovens não se realizam em nenhum projeto e são barrados a meio caminho de quaisquer de suas possibilidades, desencaminhando-se, frequentemente, para os ganhos mais elevados, e que não exigem especialização formal, no tráfico de drogas ou em outras atividades transgressoras.

 

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