Língua Inglesa Em Foco é uma obra escrita a algumas mãos. Trata-se de um trabalho coletivo, permeado por narrativas individuais, que denotam a natureza prática da educação.
Embora inicialmente se possa acreditar que esta obra seja sobre práticas de ensino e aprendizagem da língua inglesa, tendo como pano de fundo os aprendizes em contextos diversos, na contemporaneidade, ela apresenta de maneira inédita relatos de experiências pessoais de aprendizagens e de ensino da língua inglesa de um grupo de professores universitários. Isto é, como professores de inglês aprenderam a língua que lecionam.
Cada capítulo traz uma versão individual das nossas histórias com esse idioma global, o que, inevitavelmente, possibilitou vir à tona uma série de fatores como métodos, abordagens, identidade, atitudes, crenças e sentimentos que nos acompanharam e que podem ainda estar influenciando as nossas práticas de ensino hoje.
À luz da Linguística Aplicada, os textos que compõem esta obra, de algum modo, acabam colocando em pauta questões que envolvem a linguagem. Para tanto, foi utilizada uma
única metodologia.
Língua Inglesa Em Foco apresenta relatos que exigiram dos autores revisitar as suas memórias. Este exercício de memória alinha-se com o que Clandinin convencionou chamar de ‘investigação narrativa’ – narrative inquiry -, o que ele caracteriza como sendo um fenômeno de experiência para compreender como as pessoas interpretam as suas próprias histórias.
A investigação narrativa é uma metodologia de pesquisa e, como tal, recria as experiências como estórias vividas, contadas e recontadas numa perspectiva pessoal.
Assim, esse grupo de professores narra as suas experiências de aprendizagem da língua inglesa e conta em que medida essas mesmas experiências continuam exercendo influência nas suas práticas de ensino ainda hoje.
A elaboração desses relatos funcionou como uma espécie de autoetnografia, entretanto, em vez de recorrer aos registros escritos, que, normalmente, o etnográfico faz, os professores que compõem esta obra consultaram as suas próprias memórias.