Organizar um livro em Psicopolítica e Psicopatologia do Trabalho é, para nós, uma aposta no desejo de fazer a diferença a partir da insistência e persistência do desejo de uma existência ético-política, de mobilizar o trabalho de pensar, resistir e encontrar saídas para o labirinto.
Nossas inquietações, então, se ligam diretamente a um compromisso ético e político, de como discutir criticamente o mundo do trabalho, apontando o valor da articulação das dimensões sociais, históricos, políticos e psíquicas que, apesar de indissociáveis da categoria “trabalho”, são frequentemente ignorados ou recusadas pelas ciências e pelas instituições produtivas capitalistas.
Assim, o livro nasce do nosso desejo de construir uma Psicopatologia crítica e clínica do trabalho, uma Psicopolítica do Trabalho. Uma aposta sustentada institucionalmente pela Universidade de Brasília e pela nossa história acadêmica no Brasil desde os anos 2000, sendo um marco histórico esta publicação em 2020. Uma enunciação de um novo ciclo de produção no Laboratório de Psicodinâmica e Clínica do Trabalho e, de modo particular, a presença de nós três juntos como organizadores, abrindo infinitas possibilidades para os modos de trabalho e de vida.
Este desejo não seria possível sem a colaboração dos autores que generosamente aceitaram nosso convite para escrever seus capítulos, e nos trouxeram pistas de campos de saber que consideramos fundamentais para a Psicopolítica e para a Psicopatologia do Trabalho. São contribuições da Filosofia, Psicanálise, Sociologia e Psicologia.
São pesquisadores, colegas e amigos que compartilham das nossas inquietações e tê-los como parceiros é um alento para pensar as saídas do labirinto, e sobretudo, para fortalecer os laços afetivos e institucionais.
Organizamos os capítulos de modo a fornecer ao leitor uma discussão de bases epistemológicas e de proposições teóricas que apontam para pensar a Psicopolítica e a Psicopatologia do Trabalho como possibilidades de construção de um saber crítico e clínico sobre o trabalho humano.